Bruno Fratus volta ao Pinheiros e nadará no Brasil após 3 anos

Bruno Fratus será apresentado na próxima sexta-feira como novo reforço do Pinheiros. O medalhista olímpico volta não só ao clube paulistano, que defendeu da base até 2016, como também ao sistema clubístico brasileiro.

Ele, que mora e treina nos Estados Unidos, não compete em piscinas brasileiras desde 2020. No processo de classificação para as Olimpíadas de Tóquio, em 2021, não veio ao país para a seletiva, fazendo uma tomada de tempo nos Estados Unidos. Em 2022, sem clube e já classificado para o Mundial, abriu mão do Troféu Brasil.

Pelo contrato, válido até o fim de 2024, Fratus não precisa mudar sua rotina e segue tendo como treinadora a esposa Michelle Lenhardt, ex-nadadora do próprio Pinheiros. Ele virá ao Brasil, e ao clube, para treinos pontuais e terá a estrutura pinheirense sempre à disposição.

A reestreia deverá ser no Troféu Brasil, seletiva para o Mundial e para o Pan, que vai acontecer de 30 de maio a 3 de junho, no Rio.

Histórico

• Fratus foi lançado nadador profissional pelo Pinheiros e disputou duas Olimpíadas como atleta do clube.
• Ele não teve o contrato renovado após a Rio-2016, momento em que o Pinheiros passou a exigir que seus atletas treinassem internamente.
• Federado pelo pequeno Internacional de Santos em 2017, ele voltou a ter um clube profissional em 2018, quando assinou com o Minas.
• O contrato foi até o fim de 2021. No ano passado, ele ficou sem clube e sequer competiu no Brasil.

Volta com foco no alto rendimento

"Eu nunca tive a intenção de sair do clube em 2016. O contrato não foi renovado muito a contragosto meu. As lideranças não acreditavam no modelo de trabalho, não conseguiam enxergar o modelo de carreira que eu propunha. Tendo provado com resultado que isso funciona, que dá para o atleta desenvolver o próprio programa, a própria parte comercial, agora o clube entra como mais um aliado, mais um parceiro, como vários outros que eu tenho, em busca do objetivo olímpico que eu tenho em 2024"

Foco é competição internacional, não nacional: "Antes o foco estava voltado para os campeonatos nacionais: Troféu Brasil, Finkel, tinha ainda o Open. Os resultados olímpicos ficavam secundários. Hoje [ontem] tive uma conversa muito boa com o professor André Ferreira, diretora Letícia Calabresi (diretora de natação) e nosso objetivo é o resultado em Paris, Pan e Mundial"

Treinar para ganhar medalha internacional, não para se classificar: "Um dos intuitos de voltar para o sistema clubístico é tentar implementar um nível diferente de profissionalismo no esporte olímpico. O sistema clubístico é necessário para a formação, para a base. Do jeito que era, os clubes focando nos nacionais e os internacionais ficando secundários, era comum ver atletas treinando para seletiva e relaxando para treinar no principal. Outro medalhista olímpico dizia que a diferença do Brasil para os outros é que a gente treinava para se classificar, e os outros para ganhar medalha. Essa mentalidade vem mudando aos poucos. A partir do momento que começa a mudar, claro que quero fazer parte dessa mudança."