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Pâmela Rosa volta de lesão e puxa fila de brasileiras no Mundial de Skate
Começa amanhã (1), o Mundial de Skate Street de 2022, em Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos. A competição deveria ter sido realizada no Rio, no fim do ano passado, mas o evento carioca perdeu a chancela de Mundial em meio à briga política entre World Skate e Confederação Brasileira (CBSk).
Serão sete brasileiras competindo na categoria feminina a partir da madrugada desta quarta-feira, pelo horário de Brasília, e 12 homens no torneio que começa na quinta. As quartas de final serão na sexta, as semifinais no sábado e as finais no domingo. Na semana que vem, o mesmo emirado recebe o Mundial de Park.
No caso do street, o Mundial é somente o segundo evento válido para o ranking olímpico. No ano passado, foi organizado apenas um torneio de menor pontuação em Roma (Itália), já confirmado também para 2023. Como o calendário ainda não está 100%, não se sabe dizer quão decisivo será o torneio em Sharjah, no caminho para as Olimpíadas.
Líder do ranking da revista The Board, Pâmela Rosa se equilibra entre a busca por título e pontos e a necessidade de cuidar do físico até Paris. "Vou até onde meu corpo pede. O foco é os Jogos Olímpicos, é 2024, não quero cometer nenhum erro que faça com quem eu fique de fora", diz ela.
Pâmela não tornou público na época, mas competiu parte da temporada passada macucada. Ela tentou fazer uma manobra na pista da SLS de Las Vegas e sentiu uma lesão no joelho, que foi piorando com o tempo. No Super Crown, final da SLS e que tem peso de campeonato mundial, a dor estava "bizarra". "Eu sentia muita dor, muita dor, não tinha forças. Fiz exame na segunda e era uma lesão de grau dois no ligamento colateral lateral. Era para eu ter parado um mês, um mês e meio".
Concorrência aumentou
Mesmo com as fortes dores, Pâmela foi quinta no Super Crown. Também foi segunda colocada no STU do Rio (o evento que era para ter sido o Mundial) e quarta na SLS de Las Vegas. Na temporada, já havia sido prata na etapa de etapa de Seattle da SLS e no Drew Tour, e bronze na SLS de Jacksonville.
Resultados que mostram que ela continua entre as melhores do mundo mesmo após a chegada de uma legião de skatistas mais jovens ao circuito mundial, especialmente japonesas. "Antes dos Jogos era sempre as mesmas meninas participando. Depois, o skate feminino cresceu muito, ganhou mais competições, e para mim está sendo muito bom. Gosto de andar com mais pressão, quanto mais pressão melhor. Uma puxando a outra, está sendo muito bom".
Além de Pâmela, têm brigado constantemente no topo a também brasileira Rayssa Leal, que venceu a SLS em 2022, as japonesas Aori Nishimura, Momoji Nishiya, Funa Nakayama e Yumeka Oda, a norte-americana Poe Pinson, e a caçula Chloe Covell, australiana de apenas 12 anos.
"As disputas das meninas vêm evoluindo bastante. Estão surgindo muitas e muitas meninas, e até os Jogos vão surgir mais ainda", diz Pâmela. Uma das candidatas a surpresa no Mundial é Paige Heyn, que foi campeã norte-americana em dezembro.
Fomentando o skate
Para que o Brasil também tenha novas skatistas brigando por títulos internacionais, Pâmela lançou, no ano passado, o Pam Am, um campeonato amador idealizado por ela e bancado com apoio de seus patrocinadores. Aos 24 anos, ela também lançou um programa de apoio a jovens atletas e está construindo uma pista em São José dos Campos, no interior de São Paulo.
"Vai fazer 18 anos que ando de skate. Estou passando o que não tive no começo: estrutura de competição, treinamento... criei minha competição. Tem projeto muito legal com o Banco BV, ajudando meninas que não têm condições de ir para uma competição. Estou querendo deixar um legado, vai sair minha pista, é um sonho realizado", afirma.
No Mundial, além de Pâmela e Rayssa, candidatas ao título, o Brasil também terá Gabi Mazetto, que fez algumas finais no ano passado, Kemily Suiara, Marina Gabriela, ambas da seleção adulta, Maria Clara, da seleção júnior, e Carla Karolina. Isabelly Ávila e Virginia Fortes Aguas estão machucadas, enquanto Letícia Buffoni não se inscreveu.
No masculino, a legião brasileira é puxada por Kelvin Hoefler, prata em Tóquio, e Lucas Rabelo, vice-campeão da SLS em 2021 e que volta de grave lesão no joelho. O time também tem Eduardo Neves, Gabryel Aguilar, João Lucas Alves, Felipe Gustavo, Giovanni Vianna, Filipe Mota, Carlos Ribeiro e Vinicius Costa.
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