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Yago: 'Racismo me deixou com raiva e mais forte para combater ignorância'
Yago Mateus já havia voltado para a Alemanha, depois de um jogo na Espanha pela Eurocup, quando ligou o celular e viu diversas mensagens tratando de um caso de racismo no qual ele era a vítima. A transmissão da partida mostrou claramente uma torcedora do Badalona, da Catalunha, se dirigindo a ele com a palavra "mono", que é "macaco" em espanhol.
O armador, que defende o Ratiopharm Ulm, time alemão, estava tão concentrado na partida que não percebeu as ofensas. Ao se dar conta do que viveu, percebeu que a vítima do racismo da vez era ele. Nas últimas semanas, Vini Jr, outro brasileiro, este do futebol, já vinha sofrendo racismo na Espanha.
"Racismo é um só. E é repugnante por si só. Todos os casos derivam da mesma coisa: da ignorância. Senti muito, pessoalmente, o caso do Vini, assim como outros tantos que acontecem todos os dias, porque sou preto e também posso ser alvo disso. Aliás, posso não: eu fui o alvo agora", disse Yago à coluna.
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Ele contou que nunca havia recebido ofensas racistas do tipo. "Isso me deixou muito triste, estou até agora sem entender os motivos, sem saber o que leva alguém a fazer isso, a xingar, a incitar os outros, e achar que isso está certo", afirmou.
O armador da seleção brasileira quer usar o episódio para encontrar ainda mais forças para lutar contra o racismo. "É claro que isso me abalou, me deixou com raiva, mas ao mesmo tempo me dá ainda mais forças para olhar para frente e combater essa ignorância."
Yago diz que se sente acolhido pelo Ratiopharm Ulm depois do episódio. " O presidente do clube me mandou uma mensagem de apoio e isso faz com que eu tenha ainda mais certeza de que estou no lugar certo, num clube, num grupo e numa cidade que não tolera esse tipo de coisa. Certo é que isso não pode passar, é preciso cobrar e punir", disse.
O 'Monstrinho', como Yago é conhecido no basquete brasileiro, afirma que sempre gostou de ser provocado por torcidas adversárias. Faz parte do jogo. "Mas racismo passa de qualquer limite", protesta. "Joguei já em vários países com a Seleção Brasileira, agora aqui pelo Ulm, joguei pelo Brasil todo, e sempre houve respeito, educação e cordialidade. Espero que esta tenha sido a primeira e única vez porque é muito ruim sentir isso na pele."
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