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Governo volta atrás e fortalece antidoping após visita da Wada a Lula
O governo federal voltou atrás da decisão, muito criticada pela comunidade que milita no combate ao doping, de reservar apenas seis cargos à Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) na nova estrutura do Ministério do Esporte. Com Jair Bolsonaro (PL), eram cerca de 25, mais do que o quádruplo.
Pessoas que conhecem o funcionamento da ABCD afirmavam categoricamente ao Olhar Olímpico que a ABCD era "inexequível" com um contingente de apenas seis funcionários: o presidente, dois coordenadores gerais, dois assessores e um assistente.
Sob Bolsonaro, o Ministério do Esporte foi desmontado e transferido para dentro do que foi chamado de Ministério da Cidadania, agora nomeado de novo Ministério do Desenvolvimento Social. Com a recriação do Esporte, toda a estrutura teve que ser refeita do zero.
Durante a transição, ficou decidido que o Esporte teria 168 cargos em comissão e funções de confiança, distribuídos em cinco secretarias: executiva, alto desempenho (antigo alto rendimento), paradesporto, futebol e uma voltada ao esporte amador e à inclusão social. A ABCD, que era uma secretaria, foi rebaixada a diretoria abaixo da Secretaria-Executiva.
A ministra Ana Moser alegava que, apesar da redução de pessoal e do rebaixamento da pasta, a ABCD cumpriria todas as obrigações com órgãos internacionais, inclusive a Agência Mundial Antidoping (Wada), que discordava.
Na segunda (6), Witold Banka, presidente da Wada, veio ao Brasil para dizer isso pessoalmente ao novo governo brasileiro. Ele se reuniu não só com a ministra como com o próprio presidente Lula (PT). No encontro, Banka foi informado que o governo vai voltar atrás, editar novo decreto, e dar mais cargos à ABCD.
"O presidente Lula tem uma expectativa de que a gente faça no Ministério do Esporte coisas novas. Então, a gente tem também essa pauta da dopagem que é muito importante. Essas questões em relação à Wada são questões de compromissos internacionais, que a gente tem uma urgência de nos conectarmos", disse Ana Moser, em declaração publicada pelo governo.
Após a reunião, pessoas com longo histórico de trabalho na ABCD e que haviam sido exoneradas em janeiro começaram a ser de novo nomeadas, por enquanto em cargos de outras secretarias. Esses postos serão transferidos para dentro da ABCD, que deverá voltar a ter pelo menos 20 funcionários.
Encontro entre Wada e Lula
No encontro, Banka solicitou que o governo brasileiro integre os diversos setores com responsabilidade sobre o trânsito de material biológico, o que não acontece atualmente. Por causa disso, países vizinhos têm muita dificuldade de enviar testes para serem analisados no Ladetec, laboratório antidoping que fica na UFRJ, no Rio.
"A colaboração com governos é a chave para o sucesso da Wada. Sem a colaboração dos governos, não conseguimos cumprir nossos objetivos", comentou Banka ao site do governo federal.
"Discutimos alguns projetos conjuntos em educação para a saúde, além de parcerias. Acho que o Brasil pode ajudar regiões menos desenvolvidas, países menos desenvolvidos na luta contra a dopagem no esporte", ele afirmou.
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