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Olhar Olímpico

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Japinha e Pedro Barros põem variedade do skate brasileiro no topo do mundo

Augusto Akio, durante o Mundial de Skate Park, em Sharjah - Divulgação/CBSk
Augusto Akio, durante o Mundial de Skate Park, em Sharjah Imagem: Divulgação/CBSk

12/02/2023 11h57

Um é um garoto chegando agora ao grupo dos melhores e trazendo com ele a irreverência. O outro, um skatista veterano, compenetrado, há anos no topo do mundo. Neste domingo (12), Augusto Aiko, mais conhecido como Japinha, e Pedro Barros, dois skatistas tão diferentes entre si, mas representando um só skate brasileiro, conseguiram uma histórica dobradinha no pódio do Mundial de Skate Park, com prata e bronze. Jagger Eaton, dos EUA, levou o ouro.

Se você nunca tinha ouvido falar de Japinha, está tudo bem. O moleque de Curitiba, de 22 anos, tem resultados consistentes no vert, modalidade disputada em halfpipe (pistas que parecem um cano cortado ao meio), mas ainda não tinha brilhado no park, em que as competições são em bowls de paredes cada vez mais altas — e cada vez mais parecidas com o vert.

Malabarista e muito irreverente, passou a brigar no topo das competições nacionais de park em 2019, quando foi segundo colocado do STU, principal torneio nacional. Manteve-se na ponta desde então, com um quarto e mais um segundo lugar em 2020 e 2021.

Essa evolução veio com a formatação de uma turma de park em Curitiba, formada por Gui Khury, Luigi Cini e Japinha. Os três foram evoluindo juntos, e Japinha é o primeiro a aparecer no topo, mostrando estilo próprio. Não só no estilo de andar, mas também na irreverência do lado de fora. Antes de competir, ele faz malabarismo com bolas e ouve música no alto-falante do celular.

Esse estilo foi mostrado no Mundial de Sharjah, onde o garoto se destacou. Entre 11 brasileiros que competiram nas eliminatórias, ele foi o único a se destacar, em quarto. Depois, já com a entrada dos quatro primeiros do ranking mundial, foi terceiro das quartas de final. E o dono da melhor nota da semifinal.

Mais um pódio para Pedro

Pedro é a história do skate park, uma modalidade relativamente nova. E desde sempre o catarinense está entre os melhores. Com 16 anos, já era medalhista dos X-Games, competição onde ele é, de longe, o melhor de todos os tempos.

Quando a modalidade virou olímpica e começaram a ser realizados os primeiros Campeonatos Mundiais, Pedro Barros enfileirou pódios. Foi prata em 2016 e 2017, e campeão em 2018. Só não ganhou medalha em 2019, em São Paulo. Mas respondeu com a prata em Tóquio, nas Olimpíadas, no momento mais importante da história do skate.

Pedro há anos reclama que o skate "olímpico" não é para ele. Competições engessadas, juízes sem critérios, uma cena careta. Mas o brasileiro de 27 anos sabe da importância não apenas de estar ali, mas de estar ali e ganhar. Ele pode não competir sempre, mas quando compete briga para vencer.

Neste domingo, abriu a final com 90,00, nota para no mínimo garantir um pódio. Os outros que se virassem. Japinha conseguiu nota melhor na segunda volta, quando conseguiu 92,00 e pulou para primeiro. Mas havia faltado Jagger, que já havia sido campeão mundial de street em 2021 e é considerado o skatista mais completo da atualidade. O americano deu uma volta perfeita, de nota 93, e faturou o ouro.