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Olhar Olímpico

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Judô: Maria Portela encerra carreira ainda entre as melhores do mundo

Maria Portela, judoca brasileira, estreou com vitória na 1ª rodada contra Assmaa Niang  - TOSHIFUMI KITAMURA/AFP
Maria Portela, judoca brasileira, estreou com vitória na 1ª rodada contra Assmaa Niang Imagem: TOSHIFUMI KITAMURA/AFP

01/03/2023 12h23

Chegou ao fim a carreira de uma das judocas que colocaram o Brasil entre as potências do feminino nos últimos 15 anos. Maria Portela ainda era a 13ª colocada do ranking mundial da categoria até 70kg quando anunciou sua aposentadoria, hoje (1).

Ao lado de Sarah Menezes, Rafaela Silva, Maria Suelen Altheman, Erika Miranda e Mayra Aguiar, ela compôs a elite do judô brasileiro na década passada, especialmente, ainda que tenha sido, destas, a única que nunca medalhou em Mundial ou Olimpíada.

Não por falta de merecimento. Foram 10 campeonatos Mundiais desde 2009, e três Olimpíadas, a primeira delas em Londres-2012. Ao longo da carreira, segundo a base de dados Judobase, ganhou 11 medalhas em etapas de Grand Slam, sendo três ouros, um deles em Tóquio. Foi duas vezes campeã continental e uma vez campeã do Masters, em 2017, sua maior conquista.

Aos 35 anos, a gaúcha ainda tinha condições esportivas de chegar a mais uma Olimpíada. A 'Raçudinha' estava em 13º do ranking mundial da categoria até 70kg, ao menos 20 posições à frente das demais brasileiras. Mas o cansaço pesou, faltando ainda um ano e meio até Paris.

"Eu vivi muito intensamente a minha carreira como atleta de alto rendimento e chegou o momento de encerrar essa etapa. Não ter conseguido o resultado no último Mundial, depois passar por lesões, cirurgia, os altos e baixos, enfim, um conjunto de situações que foram me levando a tomar essa decisão. Agora, eu vejo que preciso botar a faixa branca de novo e viver novos desafios", explica Portela, eliminada na terceira rodada do Mundial passado.

Além disso, duas jovens pedem passagem: Ellen Froner, de 24 anos, que volta depois de lesão grave no joelho, e Luana Carvalho, de 20, bronze no Mundial Júnior.

"Eu assisti à Ellen em Paris e torci por ela. O caminho está aberto, elas podem buscar essa vaga olímpica. Isso me trouxe tranquilidade. Mas, eu quero deixar claro para as pessoas que eu não estou desistindo, eu entendi que, para mim, o que entreguei até hoje está ok".