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Olhar Olímpico

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COI autoriza atletas russos a competirem, mas não assegura chance em Paris

Thomas Bach durante entrevista coletiva do COI em Lausanne, na Suíça - Denis Balibouse/Reuters
Thomas Bach durante entrevista coletiva do COI em Lausanne, na Suíça Imagem: Denis Balibouse/Reuters

28/03/2023 11h38

O comitê executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu hoje (28) recomendar "fortemente" às federações internacionais que autorizem, com restrições, a participação de atletas com passaporte da Rússia e da Belarus a competirem como "neutros", encerrando uma orientação em contrário que já dura mais de um ano. O COI, porém, vai decidir futuramente se russos e belarrussos poderão competir em Paris-2024.

O que foi decidido?

Atletas russos e belarussos poderão competir como atletas neutros, desde que cumpram alguns requisitos, especialmente:

  • Não terem apoiado ativamente a guerra contra a Ucrânia
  • Não terem ligação com as forças armadas ou agências de segurança da Rússia e de Belarus
  • A autorização vale apenas para indivíduos, não para equipes, o que exclui Rússia e Belarus de competições de esportes coletivos
  • Os atletas não podem fazer referência ao seu país, incluindo uso das cores de Rússia e Belarus, dentro de toda a instalação esportiva (ginásio, estádio, etc)

O que levou à decisão

Em entrevista coletiva, o presidente do COI, Thomas Bach, justificou a decisão citando que o comitê olímpico internacional ouviu seus parceiros ao longo de quatro meses e que a grande maioria se demonstrou favorável a uma solução que incluísse os atletas russos e belarrussos.

Ele pontuou, mais uma vez, que governos não têm o poder de decidir quem pode ou não participar de uma competição esportiva, em claro recado a governos europeus que têm protestado contra a iniciativa do COI. Bach também anunciou um fundo financeiro para apoiar a preparação dos atletas ucranianos.

Estudos até Paris

Bach deixou claro que a recomendação às federações internacionais, um tipo de orientação que, quando vinda do COI, costuma ser acatada, não autoriza os russos a competirem em Paris-2024 e na próxima Olimpíada de Inverno, em 2026, na Itália. Segundo Bach, essa decisão será tomada futuramente, a partir de avaliação de como funcionou o modelo sugerido agora.