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Atletismo vê doping sistêmico no Quênia: 'Séria ameaça ao nosso esporte'
A Unidade de Integridade do Atletismo (AIU), órgão que cuida do cuida do combate ao doping na modalidade, desconfia que exista um esquema para acobertar casos de doping no Quênia. O país africano é a segunda maior potência do atletismo, só atrás dos Estados Unidos, e tem atualmente 66 atletas suspensos.
A AIU identificou que duas corredoras flagradas em exame antidoping apresentaram a mesma mentira como justificativa: que elas teriam recebido injeções em um determinado hospital, apresentando um laudo médico comprovando. Os documentos eram falsos, assim como o nome dos profissionais de saúde.
"É óbvio, pelo texto quase idêntico de partes da carta do suposto médico que foi escrita pelo mesmo indivíduo que a carta equivalente no presente caso", disse a AIU ao anunciar a suspensão, por oito anos, da meio-fundista Eglay Nafuna Nalyanya, que fez parte da seleção do Quênia em 2018.
A entidade observou, em comunicado, que a atleta não tem instrução para produzir um falso documento médico requintado, o que é um indício, segundo a AIU, de que tiveram auxílio de alguém "com considerável conhecimento médico" para cometer uma conduta criminosa.
Levantamento do site Inside The Games aponta que atualmente 66 quenianos do atletismo estão cumprindo suspensão por doping, incluindo medalhistas olímpicos e mundiais. Diferente da Rússia, cujos atletas foram proibidos de competir, não houve até hoje uma punição 'nacional' ao Quênia.
"Está claro que o doping no Quênia está cada vez mais bem organizado e esses casos destacam a realidade de que pessoal com experiência médica está envolvido. Isso é uma séria ameaça ao nosso esporte", disse o presidente da AIU, David Howman.
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