Câmara Arbitral pede Pix de R$ 58 mil para dizer se Wallace pode jogar hoje

Faltando cerca de quatro horas para o primeiro jogo semifinal da Superliga entre Sada/Cruzeiro e Farma Conde/São José, o oposto Wallace precisa pagar R$ 58 mil ao Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA), um órgão privado, se quiser uma resposta a tempo sobre se ele pode ou não jogar a partida.

O CBMA foi acionado pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) para tirá-la de uma sinuca de bico. De um lado, o Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (COB), que suspendeu Wallace por 90 dias por incitação à violência. Do outro, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do vôlei, que determinou que o oposto pode jogar.

A confederação entende que as decisões são contraditórias e, cumprindo uma, ela imediatamente estará descumprindo a outra. Por isso, procurou o CBMA, citado tanto no estatuto do COB quanto no da CBV, para resolução de conflitos.

Wallace e o Sada/Cruzeiro inicialmente informaram, em nota, que não aceitariam a decisão do CBMA, uma vez que, no entender deles, a decisão do SJTD deva ser cumprida. Mas, ontem (18), o próprio jogador acionou a Câmara Arbitral para pedir urgência na decisão.

O CBMA concordou, mas determinou que ele deva pagar R$ 18 mil como "taxa de administração", além de R$ 40 mil a título de honorários do árbitro que decidirá com urgência o caso. "Caberá ao Sr. Wallace Leandro de Souza o recolhimento dos honorários do Árbitro de Emergência, pelo pedido por ele deduzido, se quiser vê-lo apreciado", disse a câmara, em documento obtido pela coluna.

O valor é justificado pela altíssima complexidade da controvérsia, do ingresso da União (por meio da AGU) como interessada e da notório repercussão do caso, com ampla exposição da mídia. Além de Wallace, a CBV deve pagar mais R$ 10 mil.

O documento termina com o CBMA avisando que a análise do pedido de tutela provisória feito por Wallace vai acontecer em 72 horas ficando o jogador "intimado a promover o depósito dos valores acima referidos sob pena de não ter seu pedido apreciado".