Wallace opta por cumprir suspensão e não deverá jogar final da Superliga

O oposto Wallace vai cumprir, até o fim a suspensão de 90 dias imposta pelo Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (COB) por incitar violência contra o presidente Lula (PT). A coluna apurou que ele não será utilizado pelo Sada/Cruzeiro na final da Superliga Masculina, domingo (30), em São José dos Campos (SP), contra o Itambé/Minas. A suspensão termina na próxima quarta-feira (3).

No entender da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) Wallace tem condição de jogo. Provocada a dar essa resposta, a CBV gastou R$ 62 mil em custas e taxas para chegar à interpretação, que não será seguida pelo oposto. Oficialmente, o Sada diz que o clube e o atleta ainda estudam o que fazer.

Wallace e o Sada conseguiram há duas semanas um mandado de garantia do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do vôlei. A liminar autorizava o oposto a voltar a jogar, a partir da semifinal, enquanto se discutia se uma decisão do Conselho de Ética pode afetar a participação de um atleta em um torneio, ou se só o STJD pode suspender um competidor. O documento nunca foi tornado público pela entidade.

No meio de duas decisões antagônicas, a CBV adiou a primeira partida semifinal entre Farma Conde/São José e Sada/Cruzeiro e acionou uma câmara arbitral, o CBMA, para entender o que fazer. Uma hora antes da partida, no sábado retrasado, a entidade privada publicou seu entendimento de que, enquanto também ela não chega a uma conclusão final, Wallace pode jogar.

Essa interpretação é a que vale para a CBV: se quiser, o Sada/Cruzeiro pode escalar Wallace na final de domingo.

Mas o jogador e o clube entenderam que não vale o risco. Nem o CBMA nem o STJD decidiram se uma punição aplicada pelo CECOB vale para uma competição esportiva. Se entendimento vier a ser que de pode, então Wallace teria jogado irregularmente a final da Superliga. Neste caso, um eventual título do Sada poderia ser cassado.

Além disso, há risco para a carreira de Wallace. Os membros mais influentes do Conselho de Ética do COB ficaram muito incomodados com a postura dele no processo e ameaçaram ampliar a pena do jogador, estendendo-a ao clube, se ele fosse escalado enquanto suspenso pelo órgão. E isso poderia afetar toda a próxima temporada de Wallace e do próprio Sada.

No fim, prevaleceu o entendimento de há muito a se perder. O Sada chegou bem à final com o jovem Oppenkoski, de 23 anos, atuando na vaga de Wallace. E, mesmo desfalcado do veterano, o clube já ganhou a Copa Brasil. Agora, pode repetir a dose na Superliga.