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Conheça Ju Souza, que tenta ser primeira atleta a enterrar na LBF
Em 13 edições, a Liga de Basquete Feminino (LBF) já viu acontecer muita coisa em quadra. Mas nunca viu uma atleta enterrar uma bola em uma partida oficial. Até hoje...
Ju Souza, pivô do BAX Catanduva, quer acabar com esse tabu. A jogadora de 23 anos está em sua quarta temporada na LBF e tem como objetivo realizar, em um jogo, o que já faz nos aquecimentos: "Quero ser a primeira a dunkar", diz ela, adaptando para o português o verbo "dunk", o "enterrar" do inglês.
Juliana, de 1,85m, é a atual bicampeã do Torneio de Enterradas, que, assim como na NBA e no NBB, é parte do Jogo das Estrelas. Com uma diferença importante: no torneio feminino, o aro é instalado 30 centímetros mais baixo do que a altura oficial, a 2,75m. Nessas condições, algumas atletas conseguem enterrar.
Com 3,05m, só Juliana, que começou brincando no aro mais baixo. "Antigamente tinha aquela tabelinha que colocava atrás da tabelona, da base. Foi lá que comecei a enterrar. Quando fui chegando no adulto, comecei a tentar dunkar na tabela normal", lembra.
O primeiro acerto foi quando ainda estava no Instituto Brazolin, pelo qual jogou a LBF de 2019. Continuou brincando de enterrar nos treinos do Sesi, nas últimas duas temporadas, e agora pelo Catanduva. No Campeonato Paulista, chegou a fazer uma tentativa no jogo contra o Ituano, mas foi bloqueada pelo aro.
Dada a dificuldade, Ju precisa de condições ideais para conseguir a enterrada. Precisa estar livre de marcação, claro, e com bom espaço para correr e ganhar impulsão. Um cenário que não combina com a posição dela em quadra. Como pivô, ela costuma ser a jogadora mais recuada da defesa. Logo, mesmo nos contra-ataques, não chega à tabela oposta antes das adversárias.
Assim, é preciso combinar com o resto do time uma situação em que Juliana possa ser a ponta de lança de um contra-ataque, uma variação que só tem espaço se a equipe estiver vencendo com boa margem. "Além disso, sonho que seja em casa, com nossa torcida. Acho que vou ter mais moral", diz.
O próximo jogo do Catanduva, terceiro colocado da LBF, é contra o lanterna Ituano, fora de casa, hoje à tarde (1º). Em casa, a equipe ainda joga contra o vice-lanterna Unimed/Campinas e os três mais cotados ao título: Sesi/Araraquara, Santo André e Sampaio.
Se nada der certo, o objetivo é tentar uma enterrada "normal" para ganhar o tri no Jogos das Estrelas. "Quero pedir para subir a altura do aro para altura certa, e enterrar na altura certa", antecipa.
Histórico
Na LBF, nunca ninguém conseguiu enterrar em jogo. Também não há registro de enterradas em partidas de outros torneios profissionais.
Na WNBA, liga profissional dos Estados Unidos, havia, até setembro de 2021, o registro de 28 enterradas, por parte de sete jogadoras diferentes. Quase todas, porém, só enterraram uma única vez, incluindo a precursora Lisa Leslie, tida como uma das maiores jogadoras de todos os tempos.
A exceção é Brittney Griner, norte-americana que recentemente permaneceu presa na Rússia por ter entrado no país portando maconha. A pivô, até ser detida, enterrou 23 vezes na WNBA. Ainda no ensino médio, no chamado high school dos EUA, ela chegou a acertar sete enterradas em uma mesma partida.
Nos Jogos Olímpicos, a única enterrada foi protagonizada pela estrela australiana Liz Cambage, em Londres-2012.
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