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Olhar Olímpico

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CBV vai à Justiça Comum pedir 'urgente suspensão de decisão absurda' do COB

11/05/2023 14h46

A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) recorreu à Justiça Comum para não ser suspensa pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e não deixar de receber, assim, cerca de R$ 5 milhões, como punição por ter permitido a Wallace jogar a final da Superliga entre o Sada/Cruzeiro, seu time, e o Itambé/Minas. O processo foi revelado primeiro pelo blog do Ancelmo Gois, de O Globo, e confirmada pela coluna.

No pedido de tutela de urgência de natureza antecipada, a CBV pede à juiza da 5ª Vara Cível Regional de Jacarepaguá que seja sustada, de forma liminar, a decisão do Conselho de Ética do COB (CECOB), "impedindo a produção dos seus maléficos eventos", até o julgamento do mérito do caso por uma câmara arbitral. O pedido cita a "urgente necessidade de suspensão da absurda decisão" contra a CBV.

Os 70 parágrafos da peça da CBV, explicando o caso à Justiça Comum, deixam claro quão complexa é a história. Em resumo, a CBV alega que autorizou a escalação de Wallace porque, entre duas decisões conflitantes, do CECOB e do STJD do vôlei, recorreu à câmara arbitral prevista no estatuto do COB, o CBMA, para resolver conflitos. E que o árbitro concedeu uma liminar autorizando Wallace a jogar enquanto o mérito não fosse julgado.

Assim, a CBV pede à Justiça que, enquanto o CBMA não decide se é válida a decisão do STJD que julga inválida a suspensão aplicada pelo CECOB a Wallace, a punição do CECOB à CBV também seja inválida. No fim das contas, ela poderia continuar recebendo recursos do COB.

O pedido da CBV é assinado por um escritório de advocacia diverso daquele que vinha assessorando a confederação no âmbito esportivo. Quem representa a CBV é José Eduardo Ciotola Gussem, que até 2021 era o procurador-geral do Rio de Janeiro. Foi ele quem denunciou o senador Flávio Bolsonaro no suposto esquema de rachadinhas.

O COB já se manifestou nos autos pedindo que uma decisão só seja proferida depois de a Justiça ouvir o que tem a dizer o comitê olímpico, que alega, entre outras coisas, que a Lei Pelé veta a arbitragem em matérias referentes "à disciplina e à competição desportiva", o que seria o caso da punição a Wallace.