Topo

Olhar Olímpico

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Nos Mundiais de boxe e judô, mais quatro medalhas para o Brasil

Wanderley Pereira conquistou a medalha de prata no Mundial masculino de boxe - Divulgação/AIBA
Wanderley Pereira conquistou a medalha de prata no Mundial masculino de boxe Imagem: Divulgação/AIBA

Colunista do UOL

15/05/2023 13h00

Esta é parte da versão online da newsletter Olhar Olímpico, enviada hoje (15). A newsletter completa ainda traz informações sobre ginástica de trampolim, canoagem e atletismo. Quer receber antes o pacote completo, com a coluna principal e mais informações, no seu e-mail, na semana que vem? Clique aqui. Para conhecer outros boletins exclusivos, assine o UOL.

**********

Realizados de forma concomitante na semana passada, os Mundiais de boxe e de judô nos lembraram das alegrias e frustrações de uma Olimpíada. A expectativa exagerada e, no fim das contas, a avaliação de que as quatro medalhas conquistadas pelos brasileiros ficaram de bom tamanho.

No judô, o país vinha de uma campanha muito fora da curva em 2021, com quatro medalhas, sendo duas de ouro. Para repetir aquele resultado, só com força máxima, o que não aconteceu. Sem Mayra Aguiar (dez medalhas individuais entre Mundiais e Olimpíadas) e Daniel Cargnin (medalhista de Tóquio-2020 e do Mundial passado), ambos machucados, as chances caíram de forma significativa.

Sobravam duas chances reais, além da expectativa de que alguém, entre os vários atletas do segundo escalão, conseguisse estourar o teto e chegar na briga por medalhas. A mais forte candidata, Rafaela Silva, líder do ranking mundial, perdeu logo na estreia. O que, curiosamente, não surpreende. Da mesma forma que ela é bicampeã mundial, também já havia caído na primeira luta em 2015, 2017 e 2018.

Só que a falta de medalha, dia após dia, parece ter jogado a moral do time brasileiro para baixo. Exceto Amanda Lima, ninguém mais chegou sequer às quartas de final até a estreia dos pesados. E não dá nem para dizer que foram derrotas para atletas que depois viriam a chegar ao pódio. De todas as eliminações, só as de Willian Lima (66 kg) e de Jessica Lima (57 kg) foram para futuros medalhistas. Isso é preocupante.

Mas aí veio o último dia da chave individual. Quando a expectativa era de uma possível medalha, vieram duas. Beatriz Souza, que só tem 24 anos, foi ao pódio pela terceira vez na carreira, com um bronze, mesmo tendo acabado de sair de uma lesão. Já Rafael Silva chegou ao quarto pódio individual.

Desde 2013, Baby só não foi até a luta pela medalha por duas vezes. Apesar do histórico, dessa vez ele não era candidato. Nunca ninguém tinha chegado ao pódio de um Mundial aos 36 anos, no que agora o brasileiro é precursor. Como contei aqui no ano passado, ele chegou a cogitar a aposentadoria. Mas continuou e mostrou, no Mundial, que segue sendo peça-chave para a seleção.

Por equipes, o Brasil deu azar no sorteio e estreou contra a Geórgia. Ganhou as três lutas do feminino, mas perdeu as três do masculino. O desempate foi definido por sorteio, e Rafael Macedo teve que enfrentar o campeão mundial da categoria até 90 kg. Não deu.

No Mundial masculino de boxe, a campanha foi ainda melhor, com uma prata e um bronze, apesar de as duas maiores esperanças de medalha terem ficado pelo caminho. Abner Teixeira, que passou a temporada inteira invicto, com 24 lutas e 24 vitórias, caiu nas oitavas do super pesado para um georgiano que depois ficaria sem medalha. E Keno Marley, uma categoria abaixo, parou nas quartas para o russo Muslim Gadzhimagomedov, prata em Tóquio-2020, que contou com a ajuda descarada dos juízes.

Se, apesar disso, o Brasil ganhou duas medalhas, é porque a fase é ótima. Wanderson Oliveira, de 26 anos, que já havia batido na trave no Mundial passado e na Olimpíada de Tóquio, terminando em quinto, desta vez deu um passo a mais e chegou ao bronze da categoria até 71 kg, olímpica. E Wanderley Pereira foi mais longe, com a prata na categoria até 75 kg. Tudo bem que ela não é olímpica, mas o prêmio é o mesmo: US$ 100 mil.

Nas Olimpíadas de Paris, em um torneio organizado pelo COI, e não pela IBA, serão sete categorias. Wanderley (71 kg), Keno (92 kg) e Abner (+92 kg) são nomes certos no time que vai buscar a vaga —- e, depois, a medalha. Wanderley, baiano de 22 anos, volta para a categoria 80 kg. Nas demais, o Brasil tem Michel Trindade (51 kg), Luiz Oliveira (57 kg) e Yuri Falcão (63 kg). Os dois últimos chegaram até as oitavas. Só Michel caiu cedo, em uma decisão polêmica da arbitragem, que encerrou a luta porque o rival estava sangrando.

Rayssa Leal é campeã no Japão e emplaca terceira grande conquista no ano

Rayssa Leal é ouro nos X-Games de Chiba, no Japão - Instagram - Instagram
Rayssa Leal é ouro nos X-Games de Chiba, no Japão
Imagem: Instagram

Rayssa Leal somou mais uma grande conquista para o currículo. Ela venceu, pela segunda vez consecutiva, o X-Games de Chiba (Japão) no skate street. Desta vez, porém, o título foi sem emoção, porque a final foi cancelada pela chuva e a organização definiu que valia o resultado da semifinal, quando a brasileira deixou para trás, por pouco, as japonesas Momji Nishiya e Rizu Akama.

A brasileira ganhou as últimas três grandes competições internacionais da modalidade: o Mundial nos Emirados Árabes Unidos, a etapa de abertura da SLS, em Chicago (EUA), e agora o X-Games de Chiba. Nas três ocasiões, superou a campeã olímpica Momiji Nishiya, que somou duas pratas e um bronze, e a holandesa Chloe Covell, vice mundial, que foi quarta nos X-Games e sexta na SLS. Só pelas três conquistas, Rayssa levou para casa US$ 120 mil.

Já a final masculina de street foi realizada normalmente, ontem, e Kelvin Hoefler levou a prata, só atrás do fenômeno Ginwoo Onodera, japonês de 12 anos. Kelvin também está em ótima fase. Ganhou a SLS de Chicago (na qual Onodera não competiu) e foi quarto colocado do Mundial. No park masculino, com as notas da semifinal, Augusto Akio foi quarto.

***

LEIA A NEWSLETTER COMPLETA