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Vôlei topa acordo, CBV não será suspensa e Wallace cumpre mais 90 dias
Um grande acordo nacional encerrou o caso Wallace. Após negociações nos últimos cinco dias, ficou acordado que a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) pagará uma espécie de multa em vez de ser suspensa pelo Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e que Wallace aceitará um gancho de mais 90 dias, que não tem efeito prático, já que começará e terminará nas férias dele. Por um ano, ele não poderá jogar torneios sob responsabilidade do COB (logo, o Pan).
Assinaram o acordo, nesta segunda (15), o presidente do COB, Paulo Wanderley, o presidente da CBV, Walter Pitombo Laranjeiras, o Toroca, e o próprio Wallace, além do Conselho de Ética e da Advocacia Geral da União (AGU). Todos concordam em não questionar a nova decisão e em desistir de todos os processos que correm no STJD do vôlei, em uma câmara arbitral e na Justiça Comum.
As conversas já haviam acontecido ativamente na semana retrasada, quando a diretoria do COB e o Ministério do Esporte tentaram convencer a CBV a admitir que Wallace não poderia ter jogado a final da Superliga, e a assegurar que faria valer um gancho de um ano ao jogador. Em troca, o CECOB abriria mão da punição à confederação e toparia reduzir a suspensão ao atleta.
A CBV não aceitou o acordo apresentado a ela, e a diretoria do COB anunciou que aplicaria a suspensão determinada pelo CECOB, gerindo o vôlei por seis meses. Mas ninguém ficou satisfeito com o desfecho. A CBV, por perder dinheiro, Wallace, pelo risco de encerrar a carreira cumprindo suspensão, o COB, por ganhar dor de cabeça administrando uma modalidade, e o CECOB, criticado por ter sido rígido demais.
As negociações então foram reabertas na quinta, desta vez com Wallace e Sada/Cruzeiro, clube dele, participando das conversas. O CECOB topou reduzir a suspensão dele de 5 anos para 90 dias, o que representa uma "dobra" da punição que ele não cumpriu, e o jogador aceitou não contestar a decisão.
Da mesma forma, a CBV aceitou um dispositivo que dá legitimidade à suspensão aplicada pelo CECOB em detrimento à decisão do STJD, agora definitiva, que o liberou para jogar. O documento, assinado por Toroca e Paulo Wanderley, diz que "as atribuições do STJD do vôlei não se confundem com as atribuições do CECOB" e que o caso "se trata de procedimento ético-disciplinar no qual não cabem decisões desconstrutivas de Tribunais de Confederações".
Além disso, a confederação pagará a criação de curso voltado a atletas, aplicado pelo COB, sobre uso consciente das redes sociais. Radamés Lattari, vice da CBV, mas que atua como presidente, também deixa de ser suspenso — ele havia sido punido com gancho de um ano. Assim, fica aberto o caminho para Toroca, que está doente, renunciar, e Radamés se tornar presidente permanente, possivelmente com Gustavo Toroca, filho de Toroca, sendo eleito vice na sequência.
Já o COB dirá que não reconhece o resultado da partida final da Superliga Masculina, em que o Sada, contando com Wallace, venceu o Itambé/Minas e levou o título, uma vez que o oposto, que marcou o ponto decisivo, estava inapto para a partida.
Como o Minas não tem pretensão de brigar nos tribunais para ficar com a taça, e o título não classifica o Sada a nenhuma competição internacional, na prática a declaração do COB será apenas protocolar, e não muda nada no vôlei brasileiro. Ela, porém, poderá servir de jurisprudência para evitar que outras confederações e pessoas punidas pelo CECOB se recusem cumprir suspensão.
Para Wallace, o gancho de 90 dias não fará diferença prática. Como ele não pretende mais jogar pela seleção brasileira, seu próximo compromisso pelo Sada seria o Campeonato Mineiro, em setembro. Como a punição começa em 2 de maio, ele estaria livre para poder voltar a jogar no início do agosto, ainda durante suas férias. O efeito, no caso dele, será educativo.
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