Topo

Olhar Olímpico

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Judoca no Hall da Fama do COB constrói igreja para deixar legado

Walter Carmona, ex-judoca, é homenagedo no Hall da Fama do COB - William Lucas/COB
Walter Carmona, ex-judoca, é homenagedo no Hall da Fama do COB Imagem: William Lucas/COB

Colunista do UOL

24/05/2023 04h00

Walter Carmona tem seu nome na história do esporte brasileiro. Não só pela medalha de bronze conquistada enquanto judoca, nas Olimpíadas de 1984, mas agora também por fazer parte do Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Ele, porém, ainda quer deixar outro tipo de legado para a sociedade. Por isso, está construindo uma igreja para cerca de 400 pessoas, com recursos próprios.

"Sou cristão e acho que evangelizar as pessoas, levar a palavra de Deus para as pessoas, é o maior legado que eu posso deixar", explicou Carmona à coluna, durante a cerimônia que o inseriu no Hall da Fama, na semana passada.

A igreja, que está sendo erguida há dois anos, ficará na zona rural da cidade de São Roque, no interior de São Paulo, junto a uma casa de acolhimento que é ajudada há anos por Carmona e que abriga crianças, idosos e pessoas em situação de rua.

"Já colaborávamos com o lar, um dia fui visitar, tinha um campo de futebol do lado, e falei: 'Vamos fazer uma igreja aqui?' O Ludovico [fundador do local] disse que se fosse do meu agrado, poderíamos fazer. Então vamos fazer uma igreja", explicou.

O ex-judoca descreve a ação como uma doação pessoal. Ele a esposa são os responsáveis desde a construção civil até por equipar a igreja com imagens sacras. Atualmente, a comunidade celebra missas em um salão.

Quarto judoca no Hall da Fama

Primeiro brasileiro nato a conquistar uma medalha em Mundiais de Judô, Carmona é o quarto judoca a fazer parte do Hall da Fama, depois do pioneiro Chiaki Ishii e dos campeões olímpicos Aurélio Miguel e Rogério Sampaio. Dos quatro, também é o que tem a história menos conhecida. Muito por vontade própria.

"Não tenho uma foto, não tenho nada. Nem sei direito aonde está a minha medalha olímpica, mas a minha esposa sabe. É uma coisa interna minha, bola para frente. Cheguei até aqui, vamos para a próxima. Nunca quis ficar olhando para trás, não", explicou ele ao site do COB.

Na cerimônia do Hall da Fama, na última quinta-feira, em São Paulo, porém, estava orgulhoso ao lado do neto. "Quero que ele se lembre desse momento, da homenagem que fizeram para o avô dele", afirmou.