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Por vagas olímpicas, natação afrouxa regra e levará revezamentos ao Mundial

Troféu Brasil de Natação é seletiva para o Mundial - Satiro Sodré/SSPress
Troféu Brasil de Natação é seletiva para o Mundial Imagem: Satiro Sodré/SSPress

03/06/2023 13h07

A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) flexibilizou as duras regras que havia determinado para selecionar os nadadores que irão ao Campeonato Mundial de Fukuoka (Japão) e, neste sábado (3), no último dia da seletiva, anunciou que levará todos os sete revezamentos olímpicos à competição. Só um, o 4x200m livre feminino, havia se classificado. Isso deve quase dobrar a delegação, de 14 para 26 nadadores.

O Olhar Olímpico havia contado ontem (2) como o assunto virou um problema. A ideia era só levar os revezamentos que pudessem brigar por medalha no Mundial. O critério era: a soma dos tempos dos quatro convocáveis no Troféu Brasil deveria ser inferior à marca do revezamento quinto colocado no Mundial passado.

A CBDA acreditava que quatro revezamentos fossem se classificar. Assim, a delegação teria em torno de 20 atletas. Um limite de 12 nadadores convocados pelos seus resultados em provas individuais, e mais oito classificados a partir dos revezamentos. Mas como só o 4x200m livre feminino atingiu o critério, a delegação teria 14 atletas.

O problema é que o Mundial deste ano é o melhor caminho para os Jogos de Paris. Além dos medalhistas de Fukuoka, vão a Paris os 13 melhores tempos nos Mundiais de 2023 e de 2024. Se não for agora ao Japão, a equipe terá que ir pressionada ao torneio de fevereiro do ano que vem, que foi encaixado de forma estranha no calendário.

Ainda que seja muito mais caro ir a Fukuoka do que a Doha, faz muito mais sentido levar os revezamentos ao Japão e deixar encaminhada a vaga olímpica onde for possível. Com isso, os nadadores que quiserem simplesmente não participarem do Mundial de 2024, focando na seletiva olímpica, poderiam fazê-lo sem prejudicar a equipe.

Quatro revezamentos têm tudo para encaminhar a vaga olímpica agora. Pelo atual cenário internacional da natação, é muito improvável que o 16º colocado do Mundial de 2024 faça um tempo melhor do que o de um finalista de 2023. Em outras palavras: quem chegar à final em Fukuoka pode ficar tranquilo que irá à Olimpíada. Os quatro revezamentos de nado livre (4x200m e 4x100m masculino e feminino) têm plenas condições de fazer isso. Para os revezamentos medley é bem mais difícil.

Com a flexibilização, a delegação provavelmente vai ganhar 12 atletas. Até agora, só Stephanie Balduccini (2ª nos 200m livre) e Nathalia Almeida (3ª nos 200m livre) seriam convocadas por causa do revezamento, sem terem se classificados em provas individuais. Mas a lista também vai ganhar Murilo Sartori (2º dos 200m livre), Luiz Altamir (2º dos 200m livre), Ana Carolina Vieira (2ª dos 100m livre), Celine Bispo (3ª dos 100m livre), Giovana Diamante (4ª dos 100m livre e 1ª dos 100m borboleta), Victor Alcará (3º dos 100m livre), Felipe Ribeiro (4º dos 100m livre), Jhennifer Conceição e João Gomes Jr (100m peito), Kayky Mota (100m borboleta), Julia Goes e Guilherme Basseto (100m costas). Kayky até tem índice, mas deve ficar fora da lista dos 12 convocados por provas individuais.

Essa lista ainda pode mudar porque Ana Vieira agrediu Jhennifer Conceição durante a competição, e as duas foram denunciadas ao STJD. Se forem suspensas, podem ficar fora do Mundial. Aí, Nichelly Lysy entraria no lugar de Jhennifer, e Giovana Medeiros no de Ana.

Faltando um dia para o Troféu Brasil acabar, o Brasil já tem 12 atletas classificados em provas individuais, limite estabelecido pela CBDA. Hoje à tarde serão disputadas as provas de 50m livre, 200m costas, 1.500m livre feminino, e 800m masculino.