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Olhar Olímpico

REPORTAGEM

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Ginástica de trampolim encantou Rayan, que agora quer mostrá-la ao país

Rayan Dutra, da ginástica de trampolim, durante o Campeonato Brasileiro - Hedgard Moraes/MTC
Rayan Dutra, da ginástica de trampolim, durante o Campeonato Brasileiro Imagem: Hedgard Moraes/MTC

11/06/2023 04h00

Rayan Dutra assistia a Diego Hypolito, Daiane dos Santos e outros ginastas na televisão e queria ser igual eles. Levado ao Minas Tênis Clube para um teste, se encantou por um aparelho que ele, ainda criança, não entendeu que não se tratava da mesma ginástica artística que ele conhecia. Era o trampolim.

"Eu lembro que no dia do teste já tinha um trampolim no canto. O técnico me chamou para fazer um mortal no trampolim e que eu já adorei desde então. Aí eles já me chamaram direto para treinar trampolim", conta ele, que, aos 21 anos, é o grande favorito a mais um título do Campeonato Brasileiro da modalidade, em final que o UOL transmite neste domingo, a partir das 9h30.

As primeiras lembranças eram de diversão. "Eu estava fazendo ginástica, e para mim estava ótimo. O treino era ficar pulando num trampolim enorme, por horas e horas, era o sonho de toda a criança. Só quando comecei a competir que parei e pensei: 'Isso também é um esporte", relata.

Última das três modalidades da ginástica incluídas no programa olímpico, o trampolim só passou a ser disputado nos Jogos em Sydney-2000 — mais de um século após a artística e 16 anos depois da rítmica. Pela falta de grandes resultados internacionais, e da dificuldade de massificação, pelo custo e disponibilidade de espaço do aparelho, a ginástica de trampolim ainda é bem menos conhecida que as demais.

O caminho para esse cenário mudar passa pela conquista de resultados expressivos. "A vontade é o que move a gente", diz ele. "Quando a gente vai para um campeonato importante e tem resultado, não é só pela gente, é pelo Brasil, pelo nosso esporte, para ter mais visibilidade".

Ele busca ser o primeiro brasileiro a se classificar para os Jogos Olímpicos. Até hoje, a única participação do país foi em 2016, com Rafael Andrade, mas pela cota continental. Além de Rayan, o Brasil tem boas chances com Camilla Lopes e Alice Gomes, como o Olhar Olímpico mostrou ontem.

"Eu acho que é momento da ginástica de trampolim. O Brasil nunca teve atletas com chances reais de estarem em Olimpíada por mérito. O pontapé da nossa ginastica é a Camilla, a Alice tá vindo logo atrás e eu logo depois. Teve uma lacuna entre a antiga geração e eu agora", avalia.

Até hoje, o Brasil só ganhou duas medalhas em Jogos Pan-Americanos no trampolim. Em 2007, de bronze, com Giovana Matheus, e em 2011, com Rafael Andrade, de prata. Rayan já está classificado para o Pan de Santiago, porque venceu, em 2021, o Pan Júnior de Cali (Colômbia), que assegurava ao campeão vaga direta na competição de elite. Este ano, em uma competição que contou com todos os principais nomes do continente, ele foi bronze no Campeonato Pan-Americano adulto.