Topo

Olhar Olímpico

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Jojô vence disputa de alto nível e é campeã brasileira de ginástica rítmica

01/07/2023 21h45

Geovanna Santos venceu uma disputa de altíssimo nível contra Maria Eduarda Alexandre e faturou neste sábado (1) o seu primeiro título de campeã brasileira de ginástica rítmica no individual. Componente do conjunto que foi à Olimpíada de Tóquio, ela voltou às provas individuais no ano passado, e mostrou que tem tudo para voltar aos Jogos Olímpicos.

A competição em Campo Grande (MS), foi de altíssimo nível. Jojô, como Geovanna é conhecida, somou 132,3 pontos na soma dos quatro aparelhos, contra 131,450 de Maria Eduarda, de apenas 16 anos. São 10 pontos a mais do que os 121,950 pontos que deram a Bárbara Domingos o título nacional da temporada passada.

Babi, que venceu o Campeonato Pan-Americano no mês passado, e este ano se tornou a primeira brasileira medalhista de uma etapa de Copa do Mundo, e a primeira brasileira medalhista em um Grand Prix, não participou do Brasileiro. Ela tem uma lesão no pé e se poupou pensando no Mundial da Valência (Espanha), daqui a dois meses, e nos Jogos Pan-Americanos de Santiago (Chile).

A convocação para o Mundial, porém, é uma boa dor de cabeça para a comissão técnica da Confederação Brasileira de Ginática (CBG), já que só duas brasileiras podem competir no individual geral e disputar a vaga olímpica. Se o Brasil optar por levar três ginastas, só uma se apresenta nos quatro aparelhos. Outra até disputa o individual geral, mas só participando de três aparelhos nas eliminatórias, sem descarte. E a terceira se apresentaria em um aparelho só.

No Brasileiro, Maria Eduarda, que está em sua primeira temporada no adulto, já que acabou de completar 16 anos, foi muito bem no arco (34,750) e na bola (33,950), ontem. Hoje, deixou a fita cair no final da apresentação, ficando com nota 32,000, e cometeu algumas falhas nas maças, para tirar 30,750. Terminou com 131,450 pontos.

Já Geovanna fechou o primeiro dia em segundo, com nota 32,550 na bola e 34,450 no arco, e foi buscar a liderança com boas apresentações nas maças (32,550) e, finalmente, na fita. Entrou na quadra sabendo a pontuação que precisava para ultrapassar Maria Eduarda e foi até além, com 32,800. Ficou com 132,350 pontos. Emanuelle Rocha, outra novata, levou o bronze, com 118,050.

Essas notas não são comparáveis às de competições internacionais, já que as bancas de torneios nacionais costumam ser mais benevolentes, mas mostram que Geovanna e Maria Eduarda têm totais condições de terminar o Mundial entre as 14 primeiras e se classificarem para Paris. No Mundial passado, a 14ª colocada fez 116,100 pontos, dezesseis a menos do que a vice-campeã brasileira.

Se só uma brasileira se classificar pelo Mundial, ou nenhuma, outra vaga estará em jogo nos Jogos Pan-Americanos, quando o Brasil poderá ter três representantes. Maria Eduarda já está classificada por ter vencido o Pan Júnior, em 2021. Babi e Jojô tendem a ser as outras convocadas.