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Brasileiros correm 100m abaixo dos 10s, mas tempo não é validado; entenda
O vento um pouquinho acima do permitido impediu que o tabu mais incômodo do atletismo brasileiro fosse enfim quebrado. Felipe Bardi correu a semifinal dos 100m em 9s97, mas com vento a favor de 2,1m/s, e logo em seguida Paulo André fez 9s99, com vento de 2,4m/s. PA havia sido desclassificado nas eliminatórias, mas retornou à competição.
As marcas valem para classificar ambos à final do Troféu Brasil, ainda nesta quinta-feira em Cuiabá (MT), com transmissão pelo UOL, mas não para que uma marca se torne recorde. Para isso, o vento precisa estar em no máximo 2,0 metros por segundo. Paulo André já havia corrido para 9s90 em 2019, mas com vento muito forte a favor dele, de 3,2 m/s.
Na primeira das três baterias semifinas, Erik Cardoso correu em 10s01, aí sim com vento válido, de 1,9m/s, igualando a segunda melhor marca da história do atletismo brasileiro. Robson Caetano tem 10s00 e tanto Erik, em 2021, quanto Renan Gallina, este ano, já tinham 10s01, sempre com o vento no limite. Renan estava inscrito para a prova, mas desistiu.
Já Paulo André chegou a ser desclassificado nas eliminatórias por queimar largada. Ele recorreu e recebeu autorização da arbitragem para correr sob protesto, para que o caso fosse analisado depois. E fez uma boa marca, 10s27, sem forçar.
Acabada a prova, a desclassificação dele foi confirmada. Paulo André entrou com recurso, que foi analisado por um juri formado por representantes do Pinheiros, da Orcampi, da Comissão de Ética da CBAt, das federações estaduais e da própria confederação.
Esse juri concordou com a alegadação do velocista capixaba, de que ele foi influenciado pelo fato de Willian Sergio de Campos, que estava na raia ao seu lado, ter dado uma leve mexida no quadril antes do tiro de largada. Por isso Paulo André foi autorizado a correr a semifinal.
Agora, a expectativa é por uma final de altíssimo nível, às 17h55 de Cuiabá, 18h55 pelo horário de Brasília. Estão classificados Bardi (9s97), Paulo André (9s99), Erik (10s01), Vinicius Rocha (10s14), Jorge Vides (10s10), Rodrigo Nascimento (10s15), Flávio Gustavo (10s27) e Juliano da Silva (10s28).
Como a primeira bateria valeu para ranking, por ter tido vento válido, Vinicius assumiu a quinta colocação do ranking brasileiro e, por enquanto, tem a última vaga do revezamento que vai ao Mundial de Budapeste, junto com Renan (único com índice), Bardi, Erik e Rodrigo. Paulo André foi de quinto para sexto.
Isso significa que se PA quiser disputar o Mundial, como já disse ser sua meta, precisa ou correr para voltar ao top5 do ranking, torcendo para um vento válido, ou vencer o Troféu Brasil.
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