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Caio Bonfim é bronze na marcha, primeira prova do Mundial de Atletismo

O Mundial de Atletismo começou com tempestade em Budapeste (Hungria), mas o sol brilhou para o Brasil. Logo na primeira prova da competição, o país ganhou sua primeira medalha, de bronze, com Caio Bonfim, na marcha atlética. De quebra ele bateu mais uma vez o recorde nacional dos 20 km.

Depois, Darlan Romani (com a melhor marca) e Letícia Oro Mello se classificaram, hoje, às finais do arremesso de peso e do salto em distância, respectivamente.

A prova de 20km da marcha atlética — e consequentemente o Mundial — teve de ser adiada em duas horas por causa do mau tempo na Hungria, com muitos raios caindo sobre o local da prova. E, apesar da chuva, a disputa foi incrivelmente rápida. Dos seis primeiros colocados, cinco bateram recordes nacionais, inclusive Caio, que completou em 1h17min47s, a 26s do recorde sul-americano.

Em junho, ele havia estabelecido novo recorde vencendo a etapa de La Coruña (Espanha) do Circuito Mundial em 1h18min29s. Como comparação, quando ganhou o bronze no Mundial de 2017, em Londres, ele completou a prova acima de 1h19min.

Aos 32 anos, Caio conseguiu o recorde em La Coruña arriscando sair da zona de conforto. Passou a primeira parte da prova mais rápido do que estava acostumado, e conseguiu manter o ritmo para conquistar uma vitória que o colocou em segundo no ranking.

Hoje ele repetiu a estratégia, junto do japonês Koki Ikeda, que era favorito ao ouro. O asiático, porém, não aguentou o ritmo e terminou em 15º. Caio seguiu na frente. Nos 15km, foi ultrapassado pelo espanhol Álvaro Martin, que acabou com ouro.

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Imagem: Michael Steele/Getty Images

E, no último quilômetro, foi deixado para trás também por Perseus Karlstrom, da Suécia, quando o brasileiro já tinha dois cartões amarelos e não podia arriscar demais sob risco de correr e ser punido com pit stop de 2 minutos. O sueco terminou com a prata.

Esta é a segunda medalha de Caio em uma grande competição, mas ele há anos vem se mantendo entre os melhores do mundo. O brasileiro foi sexto nos Mundiais de 2015 e 2022, e quarto na Olimpíada do Rio.

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Darlan e Letícia na final

Na primeira prova no novo estádio de atletismo de Budapeste, Darlan Romani não teve nenhuma dificuldade para se classificar à final do Mundial no arremesso de peso. Ele precisava de uma marca acima de 21,40m, fez 22,37m logo na primeira tentativa e nem precisou se apresentar mais duas vezes.

O desempenho coloca Darlan na briga direta por uma medalha em Budapeste. O arremesso único de hoje foi o terceiro melhor da carreira dele em ambiente outdoor, só atrás do recorde nacional (22,61m em uma Diamond League de 2019) e do desempenho que o fez ser quarto no Mundual daquele ano (22,53m).

Nesta temporada, Darlan optou por não competir no exterior. Ele se apresentou uma vez só, no Troféu Brasil, quando fez o índice para estar no Mundial. De resto, ficou treinando para tentar chegar perto de Ryan Crouser, norte-americano que tem batido recorde atrás de recorde.

Com a marca de hoje, 22,37m, Darlan vira o quarto do ranking mundial, atrás também do norte-americano Joe Kovacs (22,69m) e do neozelandês Tom Walsh (22,58m). Desde 2017, só esses quatro fizeram marcas acima de 22,37. Todos do quarteto se classificaram à final com um único arremesso nas eliminatórias. A tendência é eles brigarem pelas três medalhas.

Pouco depois, foi a vez de Letícia Oro Mello surpreender. Catarinense como Darlan, ela foi a maior zebra do Mundial do ano passado, quando conquistou a medalha de bronze, e competiu muito mal durante toda a temporada 2023. Só conseguiu a classificação pela lista de espera, e porque ganhou muitos pontos sendo última colocada de uma etapa da Diamond League.

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Logo no primeiro salto do Mundial, porém, já foi melhor do que na temporada inteira. Saltou 6,73m e assegurou classificação à final. Depois, queimou as duas tentativas seguintes. Avançou com a sétima melhor marca entre as 36 competidoras. Na decisão, porém, deve precisar de bem mais para brigar por medalhas. Em 2022, fez 6,89m para ganhar o bronze.

O Brasil ainda teve Eliane Martins em 26º e Lissandra Campos em 33º. Ambas queimaram os dois primeiros saltos e, no último, foram conservadoras, preocupadas em aferir uma marca. Também nessa sessão matinal Welligton Morais, o Maranhão, ficou em 17º no peso (20,30m), Max Gonçalves dos Santos terminou em 36º na marcha, com recorde pessoal (1h24min10s), e Jaqueline Weber foi a 52ª dos 1.500m, também com recorde pessoal (4min14s46).

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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