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Isaquias Queiroz fica sem medalha em um Mundial pela 1ª vez em 10 anos

Isaquias Queiroz viu chegar ao fim, neste sábado (26), depois de 10 anos, seu ciclo como medalhista mundial. Ele foi só sexto colocado no C1 1.000m e, junto com Jacky Godmann, foi eliminado na semifinal do C2 500m no Mundial de Canoagem Velocidade de Diusburg, na Alemanha. Com isso, há sério risco de ele não se classificar às Olimpíadas de Paris, especialmente na prova em dupla.

O campeão olímpico teve um ano atípico, em quem abandonou a seleção pernamente que treina há quase uma década em Água Santa (MG), e voltou para a Bahia. Ficou um meses sem treinar regularmente, situação que só mudou em maio, com o técnico Lauro 'Pinda' e o restante da seleção se juntando a ele em Ilhéus.

"Meu preparo físico não está ideal. Não conseguimos chegar no meu auge, que eu gosto de estar. Estava há um ano sem competir internacionalmente. Na final eu estava sem dor nenhuma, mas o cansaço pegou. Só fico chateado de não pegar a vaga olímpica. Vou treinar ainda mais porque não gosto de ficar sem medalha", comentou ao SporTV, após a prova individual.

O objetivo era ir para o Mundial e ao menos faturar a vaga olímpica em uma das provas. A primeira chance era no C1 1.000m e Isaquias precisava terminar entre os cinco primeiros. Completou em sexto, posição que ocupou na prova durante a maior parte do trajeto.

Ele pode acabar herdando essa vaga se Martin Fuksa, da República Checa, que enfim ganhou o primeiro ouro da carreira, termine no top8 da final do C2 — como cada atleta só pode conquistar uma vaga pelo Mundial, a dos checos seria no C2. No C1, Fuksa venceu seguido do romeno Catalin Chirila, que era tido como favorito. O veterano Sebastian Brendel, da Alemanha, remando em casa, completou o pódio. As canoas de Polônia e Hungria também terminaram à frente da de Isaquias.

Depois, no C2, Isaquais e Jacky ficaram em uma modesta sexta colocação na primeira de três baterias semifinais. No total, 17 embarcações foram melhores do que o brasileiro, quarto colocado na Olimpíada de Tóquio, muito por conta do desempenho de Isaquias. Com ele fora de forma e precisando remar duas provas em menos de cinco horas, o resultado foi ruim.

Agora, o Brasil só terá mais uma chance de conquistar as vagas olímpicas, pelo Pré-Olímpico das Américas, correndo sério risco de não se classificar. Cuba é uma potência da modalidade e não mandou representantes para o Mundial.

Assim, o pré-olímpico continental, que só classifica um barco por prova, vai deixar ou os brasileiros ou os cubanos de fora da Olimpíada. No C2, a canoa cubana é a atual campeã olímpica. No C1, Cuba teve finalistas tanto em Tóquio-2020 quanto no Mundial do ano passado, mas Isaquias, em forma, é sempre favorito.

Desde que ganhou o bronze exatamente em Diusburg, em 2013, aos 20 anos, Isaquias vinha colecionando medalhas na prova individual. Ele ganhou o Mundial de 2014 no C1 200m, e o de 2015 no C2 1.000m. Voltou ao pódio do C1 1.000m com a prata na Rio-2016 e seguiu: bronze em 2017 e 2018, ouro no Mundial de 2019 e na Olimpíada de 2020 (realizada em 2021) e prata no ano passado. Em 2021 ele não foi ao Mundial.

Reportagem

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