Newsletter: Há uma cidade luz no fim do túnel da seleção de basquete
Esta é parte da versão online da newsletter Olhar Olímpico enviada hoje (5). A newsletter completa ainda fala sobre como a natação brasileira, que já não vem de bons resultados, vai ter que se virar após a saída de seu principal dirigente, e traz também os desdobramentos da derrota histórica da seleção masculina no Sul-Americano de vôlei e a disputa interna por uma vaga olímpica no triatlo. Quer receber antes o pacote completo, com a coluna principal e mais informações, no seu e-mail, na semana que vem? Clique aqui e se inscreva na newsletter. Para conhecer outros boletins exclusivos, assine o UOL.
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Juca Kfouri viu e viveu de perto as glórias do basquete masculino brasileiro, bicampeão mundial, três vezes medalhista olímpico, que por três décadas permaneceu como uma das cinco potências globais. Daí a frustração com uma seleção que se despediu da Copa do Mundo, no domingo (3), classificada como a 13ª melhor do mundo.
Para ele, o basquete masculino do Brasil segue "uma piada de mau gosto". Em muitas áreas, de fato. Esta newsletter já comentou a forma como a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) sabota a modalidade. Mas penso que a campanha no Mundial não foi tão ruim assim quando posta diante da realidade.
Na última vez que o Brasil fez um bom Mundial, em 2014, terminando em sexto depois de vencer Argentina, Sérvia e França, a seleção tinha quatro jogadores de NBA (Nenê, Splitter, Leandrinho e Varejão), dois destaques do basquete europeu (Raulzinho e Huertas), e nomes históricos como Marcelinho, Alex, Marquinhos e Giovannoni.
Desde então passaram-se nove anos, e o basquete brasileiro perdeu força. Quem estava na NBA não está mais. Dois dos titulares jogam na liga japonesa. Caboclo e Yago até vêm de boa temporada na Europa, mas na Alemanha, um mercado secundário. Huertas era o mais velho do Mundial inteiro e Benite já não tem a arma da bola de três. Elenco por elenco, não havia como colocar o Brasil entre os favoritos a chegar às quartas de final, como de fato não chegou.
Vencer o Canadá, até então cotado ao título, e jogar 25 minutos de igual para igual contra a Letônia, time sensação do torneio, é, assim, mais do que se esperava do Brasil. Não que tenha adiantado muito. Caboclo ficou pendurado de faltas, por infrações bobas de ataque, a seleção não tinha um pivô do mesmo nível no elenco, e o Brasil caiu exatamente na fase em que se esperava que caísse.
Ainda assim, por uma bola não veio a vaga olímpica. Canadá e Espanha jogaram depois e a vitória foi dos canadeneses, por três pontos, depois de uma virada no fim. Tivesse dado Espanha, o Brasil se classificaria para Paris como segundo melhor do continente no Mundial.
Mas não deu, e agora o Brasil terá que, de novo, jogar o Pré-Olímpico. Um torneio cruel, realizado a poucos dias da Olimpíada, com grupos de seis times disputando uma única vaga. Em 2021, a seleção quase chegou lá. Perdeu da Alemanha na partida decisiva, e viu os Jogos de Tóquio pela televisão.
Agora, Paris aparece no fim do túnel. Não que o Brasil parta como favorito, mas os jogos do Mundial mostram que é possível vencer equipes do primeiro escalão. E essa chance aumenta à medida que este grupo, jovem, ganha experiência e reforços.
No Mundial, foi visível a falta de um pivôzão de força. Lucas Mariano seria esse cara, se não tivesse sido pego no doping. Suspenso por oito meses, volta em fevereiro, a tempo do Pré-Olímpico. Didi, fora do Mundial por não estar 100% fisicamente, também pode reforçar a equipe.
Raulzinho, que sofreu grave lesão no joelho, vai depender de ter uma recuperação acelerada, mas é bom não contar com ele. Reynan e Márcio, revelações de Franca, e Gui Santos, pouco utilizado no Mundial, terão mais um ano para ganhar rodagem. Sem dúvida, é um cenário que vai ficando mais iluminado.
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