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Lula comunica Ana Moser sobre demissão e entrega Esporte ao PP

O presidente Lula (PT) chamou a ministra Ana Moser para uma conversa reservada no fim da tarde desta quarta-feira (6), no Palácio do Alvorada, e anunciou a ela sua decisão de retirá-la do comando do Ministério do Esporte. Quando ela ainda estava no palácio, chegou seu substituto, o deputado federal André Fufuca (PP-MA), que deverá assumir na semana que vem.

Em nota, o Planalto disse que Lula se reuniu com ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e com os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Rep-Pernambuco). "Os deputados foram convidados, respectivamente, para os ministérios dos Portos e Aeroportos e do Esporte, e aceitaram o convite", citando que a nomeação e a posse acontecerão quando Lula voltar da reunião do G20 na Índia. Ana Moser não foi citada.

Durante a campanha, Lula chegou a prometer que, no governo dele, o Esporte não seria "moeda de troca". A nomeação de Fufuca sela a entrada no governo do PP, partido do presidente da Câmara Arthur Lira, o que em tese amplia a "governabilidade".

Escolhida ministra na cota pessoal de Lula, Ana Moser começou a ter seu cargo desejado pelo Centrão em julho, quando o presidente avançou nas conversas para que políticos do chamado Centrão fizessem parte do governo, aumentando o tamanho da bancada governista no Congresso.

As primeiras especulações diziam que Ana Moser, que não é filiada a nenhum partido, seria substituída por Sílvio Costa Filho, do Republicanos de Pernambuco. Mas, durante as negociações, que se arrastaram por dois meses, a mini-reforma ministerial sofreu alterações e Lula optou por entregar o Esporte ao PP, partido que até o ano passado era fiel ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

O futuro ministro será André Fufuca, político que leva esse nome em referência ao pai, Fufuca Dantas, que foi deputado estadual e hoje é prefeito de Alto Alegre do Pindaré, no Maranhão. Em terceiro mandato na Câmara, André Fufuca foi inicalmente eleito pelo Patriota (então PEN) e está no PP desde 2016. Ele é tido com um dos políticos mais próximos de Arthur Lira.

Com esta escolha de Lula, o ministério do Esporte volta a ser usado para a composição de uma base governista no Congresso. Tem sido assim desde que Pelé, o primeiro ministro do Esporte do país, deixou o cargo em 1999.

Durante a maior parte da primeira passagem de Lula pelo Alvorada e do governo Dilma, a pasta ficou sob o comando do PCdoB, com exceção de 15 meses com George Hilton ministro. Pastor evangélico, ele foi indicado pelo Republicanos e migrou para o PROS para permanecer depois no governo.

Sob Michel Temer (MDB), o ministério foi do partido dele, comandado por Leonardo Picciani e Leandro Cruz. Com Bolsonaro, o ministério virou uma secretaria, que inicialmente foi entregue aos militares, e teve como secretário, durante a maior parte dos quatro anos de mandato, Marcello Magalhães, escolhido por ser amigo pessoal e padrinho de casamento de Flávio Bolsonaro.

Reportagem

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