São Paulo pode ter bilheteria de R$ 30 milhões na final e dobrar recorde
A segunda partida da final da Copa do Brasil pode proporcionar ao São Paulo, dono da casa, a maior renda da história do futebol brasileiro, acima de R$ 26 milhões, segundo projeção feita pela coluna. O valor chega a R$ 30 milhões se o clube considerar no borderô um aumento de 300% no valor dos camarotes, o mesmo praticado no espaço corporativo vendido pela diretoria.
O recorde pertence à final da Libertadores de 2013, quando o Atlético-MG arrecadou R$ 14,1 milhões ante o Olímpia no Mineirão. O valor, corrigido pelo IPCA, chega a R$ 25,4 milhões em valores atuais.
Agora, a tendência é que essa marca seja batida não só pelos preços altos cobrados pelo São Paulo, mas principalmente porque uma parcela pequena do estádio será ocupada por sócios-torcedores, em movimento oposto ao comum no país.
Em jogos de alta demanda, como uma final de Copa do Brasil, o normal é que os ingressos sejam esgotados pelos torcedores dos planos mais caros de sócio-torcedor, e/ou com maior frequência, que têm direito a descontos maiores.
O São Paulo, porém, optou por manter regra que permite ao sócio do plano mais caro, o Diamante, que esgotou as entradas, comprar ingressos para quatro convidados, pelo preço cheio, além do dele, que custa R$ 0,30. Isso faz com que o tíquete médio seja de até 80% do valor de face.
Como comparação, na final do ano passado, 20 mil ingressos de cadeira norte do Maracanã custavam R$ 280, mas por causa do desconto ao sócio rubro-negro o tíquete médio foi de R$ 80.
Aquela partida entre Flamengo e Corinthians arrecadou R$ 11 milhões. Para o jogo de ida do próximo domingo, o clube do Rio aumentou os ingressos em até 85%. A renda, assim, não deve passar de R$ 20 milhões, e ficar como recorde por uma semana.
Anel superior cheio de 'convidados'
Para esta projeção, o Olhar Olímpico usou como referência a distribuição de ingressos, por setor e na proporção de inteira e meia, do clássico semifinal contra o Corinthians, quando o São Paulo estabeleceu a maior renda de sua história: R$ 8,5 milhões. Para o setor visitante, foi considerado o público do jogo contra o Vasco, recorde de visitantes do ano no Morumbi.
A coluna também considerou que o São Paulo manteve o lote de ingressos para seu sócio-torcedor nas arquibancadas do mesmo tamanho do que na semifinal. Naquele jogo, 3,5 mil entradas do setor "popular" e 4,3 mil da arquibancada das organizadas foram vendidas ao público comum, com parcela expressiva de meias-entradas.
Na prática, porém, a proporção de meias deve ser menor para a final devido à necessidade de troca de ingresso virtual pelo físico, e da comprovação do direito à meia-entrada. Nas catracas, não há fiscalização.
Considerando a proporção máxima (e mais provável) de que cada sócio Diamante leve quatro convidados, o São Paulo arrecadaria R$ 10 milhões só de ingressos de arquibancadas. Com a proporção um convidado por cada sócio Diamante, a renda desse setor seria de R$ 7,3 milhões. Já os visitantes devem gerar R$ 2,2 milhões em renda para o clube tricolor, já que as entradas estão a R$ 700.
Ingressos custando mais que o triplo
Nos setores mais caros, houve aumento expressivo no preço. O Camarote dos Ídolos, administrado pelo clube, por exemplo, passou de R$ 800 para R$ 2 mil. O setor está esgotado e deve gerar R$ 1,8 milhão para o São Paulo.
Nas cadeiras térreas, o ingresso mais do que triplicou. Foi de R$ 300 a R$ 1 mil. São 3 mil lugares que podem render ao São Paulo mais de R$ 2,2 milhões.
Para os proprietários de cativas, o ingresso aumentou 150%. A arrecadação que foi de R$ 750 mil contra o Corinthians, assim, deve chegar perto de R$ 2 milhões na final.
Considerando também os ingressos comuns para esse setor, que custam R$ 1,5 mil cada nas cadeiras vermelha e azul, as numeradas devem gerar um total de R$ 6,7 milhões.
Valor declarado por camarotes define renda
Já os camarotes e tribunas, que são comercializados pelos locatários, têm preços variados, em torno de R$ 3 mil por pessoa, mas o valor que vai para o borderô é muito inferior, dizendo respeito ao que o São Paulo afirma que recebe dos locatários por essas entradas.
Contra o Corinthians, por exemplo, os preços informados variaram de R$ 100 a R$ 200, com exceção do camarote corporativo, todo do clube, que custou R$ 500. Agora, esse camarote custa R$ 2 mil.
No Majestoso, o São Paulo computou que ganhou R$ 1 milhão permitindo a entrada de 7,5 mil pessoas nos camarotes e tribunas. Se o valor também aumentar 150%, assim como o Camarote dos Ídolos, a arrecadação salta para R$ 2,8 milhões.
Se o aumento for maior, comparável ao do camarote corporativo, cujo preço subiu 300%, aí serão mais R$ 5 milhões no borderô.
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