Rebeca e Flávia brilham, e Brasil leva equipe a Paris na ginástica feminina
A equipe feminina de ginástica artística do Brasil vai às Olimpíadas de Paris. Quatro anos após sofrer com lesões e ficar fora, como time, de Tóquio-2020, o país fez uma apresentação sem grandes sustos nesta segunda-feira (2) no Mundial da Antuérpia (Bélgica) e já pode celebrar a vaga.
O Mundial classifica até a 12ª colocada e o Brasil encerrou sua apresentação em terceiro. Na subdivisão seguinte, Canadá e Áustria permaneceram atrás do time brasileiro, que não tem mais como perder o top12. Faltando três subdivisões, somente outras oito equipes vão se apresentar, incluindo França, Japão e China, que estão entre as mais fortes.
A liderança é dos Estados Unidos, com 171,365 pontos, seguidos da Grã-Bretanha, que tem 166,130, e do Brasil, com 164,297. A tendência é que brasileiras e britânicas disputem prata e bronze na final por equipes, na quarta com chinesas, japonesas e francesas correndo por fora. Depois aparece a Itália, com 162,230, que fez uma eliminatória abaixo do que se esperava.
Individualmente, Rebeca Andrade mostrou força, falhou só nas assimétricas, mas não ameaçou Simone Biles. A norte-americana fez impressionantes 58,865 pontos no individual geral na classificação, e não deve ter concorrentes ao ouro, exceto se cometer muitos erros. A briga será por prata e bronze.
A brasileira somou 56,599 pontos, e está em quarto. Na final de sexta, deve concorrer contra a norte-americana Shilese Jones (56,932), a britânica Jessica Gadirova (56,766) e eventualmente uma chinesa. Flávia Saraiva aparece em sexto, com 54,699, perdendo a quinta posição para a canadense Elie Black enquanto Jade Barbosa não brilhou e é a 21ª, com 51,832. De qualquer forma, só duas brasileiras poderiam ir à final, entre as 24 melhores.
Apresentação do Brasil
O time brasileiro começou a final na trave, considerado o aparelho com maior risco de queda. Ninguém caiu, mas as apresentações não foram brilhantes, marcadas por desequilíbrios. Julia Soares começou com 13,200, abaixo do que está acostumada, Jade Barbosa foi mal, com 12,400, e Flávia Soares, uma das melhores do mundo no aparelho, foi burocrática com 13,400, ficando fora da final. No fim, Rebeca somou 13,800, e aparece em quarto na classificação da trave.
No solo, Jade cometeu falhas e tirou 12,833. Depois, Julia Soares foi precisa, com 13,200, Rebeca levantou o público com sua nova série e tirou 14,033, e Flávia Saraiva fechou muito bem com 13,833. Elas aparecem, respectivamente, em terceiro e quarto no ranking do aparelho, mas Gadirova (14,400) e Biles (14,633) tiraram notas bem mais altas.
No salto a briga pode ser boa. Rebeca fez ótimo salto de 14,900 para a equipe e, depois, completou com um de 14,366, que vale só na disputar pelo aparelho, terminando com média 14,633. Ela está em segundo, só atrás de Biles, que tem 14,949. A norte-americana homologou o Biles II na qualificação, e contou com o auxílio do técnico, que ficou esperando ela no colchão, perdendo 0,5 por isso. Há dúvidas se ela tentará de novo este salto na final — e, se tentar, se vai precisar do apoio.
As demais brasileiras também passaram bem. Flávia tirou 13,866 e, Jade, 13,833. Os 12,866 pontos de Julia Soares foram descartados. Depois, nas paralelas, Lorrane caiu e tirou nota 12,033, Flávia Saraiva ficou perto do seu melhor, com 13,866, e Rebeca Andrade teve falhas para tirar 13,866. Jade fechou com 12,766, nota que foi descartada.
No total, o Brasil deve participar de sete finais: por equipes (quarta), com Flávia e Rebeca no individual geral (sexta), no salto com Rebeca (sábado), no solo com Flávia e Rebeca e na trave só com Rebeca (domingo). Havia expectativa de que Rebeca brigasse por medalha nas assimétricas, mas ela já aparece só em nono. Se tivesse repetido o 14,600 da Copa do Mundo de Paris, duas semanas atrás, seria a terceira.
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