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Rebeca Andrade é prata no individual geral, e Simone Biles fatura o hexa

Simone Biles demonstrou hoje de forma definitiva que o posto de melhor ginasta do mundo continua sendo dela, faturando o hexacampeonato mundial do individual geral. Mas Rebeca Andrade também deu o seu recado. Na disputa contra todas as outras, a brasileira foi quem se deu melhor, conquistando a prata.

Campeã no ano passado, quando Biles ainda estava afastada da ginástica, Rebeca somou 56.766 pontos, apesar de falhas no solo, último aparelho. Ela ficou aguardando a apresentação da norte-americana Shilese Jones, que também não foi bem e terminou com 56.332 pontos, com o bronze. Biles terminou bem à frente, com 58.399. Com isso, o pódio é formado por mulheres pretas, pela primeira vez na história.

Rebeca Andrade, Simone Biles e Shilese Jones no pódio do Mundial de Ginástica
Rebeca Andrade, Simone Biles e Shilese Jones no pódio do Mundial de Ginástica Imagem: Yves Herman/Reuters

Esta é a sexta medalha mundial da carreira de Rebeca, que deve ganhar mais uma ou duas na Antuérpia (Bélgica) até domingo. Ela já faturou o ouro no salto e a prata nas barras assimétricas em 2021, o ouro no individual geral e o bronze no solo no ano passado, e neste Mundial conquistou a prata por equipes. Assim, deixou para trás Diego Hypolito, que tem cinco.

Flávia Saraiva, porém, teve duas quedas, nas assimétricas e no solo. Neste último aparelho, saiu mancando, com dores no tornozelo direito, a ponto de não realizar sua última linha acrobática prevista. Ela, que terminou em 15º, com 52.699 pontos, tem dois dias pra se recuperar para a final do solo. Sem os erros, ela brigaria para ser quinta.

Rebeca é forte candidata à prata na final do salto, a partir das 8h37 (de Brasília) de amanhã. Depois, no domingo, ela estará nas finais da trave (8h44) e, junto com Flávia, no solo (10h36), com ambas tendo chance real de pódio — hoje, só Biles foi melhor que Rebeca nesse aparelho. Por fim, na última final do Mundial no domingo, Arthur Nory compete na barra fixa (11h19), brigando não só por medalha (foi bronze ano passado), mas também por vaga olímpica. Ele precisa terminar a final à frente de um croata.

Como foi a final?

A competição começou, para o grupo principal, pelo salto. Flavinha foi a primeira a se apresentar, entre as brasileiras, com 13.833, mesma nota da final por equipes. Rebeca, porém, deu um passo na chegada e perdeu 0,2 pontos na mesma comparação. Tirou 14.700, e viu Biles abrir 0,4 já no primeiro aparelho.

As assimétricas foram traiçoeiras. Já haviam derrubado a francesa Mélaine de Jesus, que saiu da briga por medalhas com uma queda, e repetiram a dose com Flávia Saraiva. A brasileira não conseguiu agarrar a barra superior em um giro e caiu de peito no colchão. Com a penalização de 1 ponto, ela recebeu 12.633 e saiu da disputa pelo pódio. Na sequência, a canadense Elie Black também caiu.

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Rebeca veio em seguida, e cravou inclusive a saída, melhorando sua nota nas assimétricas pela segunda vez no Mundial e chegando a 14.500, nota que, feita nas eliminatórias, a teria classificado em quarto à única final por aparelhos que ela não vai disputar. Como Biles tirou só 14.333, a diferença entre elas caiu para 0,233 a favor da norte-americana.

Qualquer disputa pelo ouro, porém, chegou ao fim quando Biles acertou sua série de trave e tirou 14.433. Faltando ela só se apresentar no solo, a briga de todas as outras passava a ser por prata e bronze. Rebeca se manteve nessa disputa apesar de um desequilíbrio na trave, tirando 13.500, 0,3 a menos do que nas eliminatórias. Antes, Flávia havia repetido seu melhor, com boa nota 14.033.

Antes das apresentações no solo, Shilese Jones tinha 42.932 e, Rebeca, 42.700. Acostumada a tirar notas mais altas do que a rival no solo, a brasileira dependia só dela para ficar a prata. Por ter se classificado em posição pior à final, Rebeca se apresentou primeiro e não conseguiu seu melhor. Tirou 14.066, seis décimos abaixo do que fez na final por equipes. Mas Shilese também não foi bem. Ficou com 13.400 e terminou em terceiro.

Reportagem

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