Saga Biles x Rebeca começa hoje e terá 4 capítulos até domingo
Simone Biles e Rebeca Andrade, terão, às 14h30 (de Brasília) de hoje, a primeira oportunidade de competirem diretamente uma contra a outra, após oito anos de espera. Pentacampeã mundial entre 2013 e 2019, a norte-americana estava afastada da ginástica quando a brasileira se firmou como a melhor do mundo. Agora, terão enfim a oportunidade de proporcionar o tão aguardado confronto.
Serão quatro finais individuais de hoje até domingo com a participação das duas no Mundial da Antuérpia, na Bélgica.
Capítulo 1
A primeira é a do individual geral, hoje. Na prova que determina a ginasta mais completa, somando as notas dos quatro aparelhos, Biles é a grande favorita, como sempre. Ela não perde uma prova do tipo desde 2013, no seu primeiro ano como adulta. Em Mundiais, são cinco títulos, todos com boa folga sobre as rivais.
Já Rebeca estreou na categoria de cima em 2015, já com expectativa de brigar no topo, mas sofreu com três graves lesões no joelho. Não foi aos Mundiais de 2015, 2017 e 2019 e não estava em plena forma física na Rio-2016 e no Mundial de 2018. Nas duas ocasiões, não competiu nos quatro aparelhos (logo, não disputou o individual geral) nem tentou um segundo salto nas classificatórias, abdicando de brigar por medalha no aparelho em que ela e Biles são especialistas.
Isso adiou o primeiro confronto real entre elas para as Olimpíadas de Tóquio. Nas eliminatórias, Biles levou a melhor por pouco, uma diferença de 0,333, mas depois abandonou a competição reclamando estar sofrendo com twisties, uma espécie de vertigem que tirava seu equilíbrio e a fazia perder a noção do espaço durante piruetas.
Foram dois anos afastada da ginástica, exatamente os dois anos em que Rebeca competiu em plena forma. Em Tóquio, a brasileira ganhou ouro no salto e a prata no individual geral. No Mundial daquele ano, esvaziado, optou por não fazer o individual e o salto, mas foi ouro no solo. E, no ano passado, ganhou a prova principal;
Disputa direta
Na Antuérpia, elas não chegaram a se encontrar fisicamente nas eliminatórias. Biles foi perfeita no domingo, somando 58,865 pontos, enquanto Rebeca teve uma falha notável nas assimétricas, na segunda, e ficou com 56,599.
Na final por equipes, na quarta (4), Biles novamente foi a melhor. Nos quatro aparelhos, somou 58,732. Rebeca novamente teve problemas, desta vez na trave, e mesmo assim evoluiu, para 57,099. Uma diferença expressiva, de 1,7 ponto, que pode ser tirada com uma falha da norte-americana, e nenhuma da brasileira.
A disputa, porém, não envolve só as duas. Na final por equipes, a francesa Mélanie dos Santos somou 56,500 e, a norte-americana Shilese Jones, 55,899. Nas eliminatórias, Jones teve 56,932 e, a britânica Jessica Gadirova, 56,766. Flavia Saraiva, que fez 55,532 na final por equipes, corre por fora.
Mais finais
Rebeca e Biles depois vão duelar em mais três finais por aparelhos. Em duas, como concorrentes diretas. A primeira no salto, no sábado pela manhã. Cada ginasta fará dois saltos. No ordinário, a brasileira foi melhor na final por equipes. Tirou 14,900, contra 14,800 da rival. O problema é que a norte-americana tem na manga o Biles II, salto mais difícil já criado.
Nas eliminatórias, Biles tirou 15,266 com esse salto. E poderia ter sido muito mais se ela não tivesse sido penalizada em meio ponto porque seu técnico a esperou no colchão, para segurá-la em caso de uma queda. Para a final, porém, há incerteza se ela vai ariscar esse salto.
Depois, no domingo, elas abrem o dia na final da trave, que é o aparelho mais fraco de Rebeca. A série dela tem nota de partida 0,4 pontos menor do que a de Biles, o que significa que, para superar a norte-americana, ela teria que ter execução 0,4 pontos melhor. Na trave, a disputa dela deverá ser contra duas chinesas.
A última final será no solo, onde Rebeca tem maior chance de vencer, ainda que Biles seja favorita e tenha uma série de nota de partida muito mais alta (6,7 x 6,1). Nas eliminatórias, Biles fez uma apresentação "suja", com diversos erros técnicos, e liderou com 14,633. Na final por equipes, Rebeca teve série com melhor nota de execução do Mundial e chegou a 14,666. Só que Biles, depois, tirou 15,166.
Deixe seu comentário