Olhar Olímpico

Olhar Olímpico

Siga nas redes
ReportagemEsporte

Tempo feio no Rio aumentou importância do Pan para a natação do Brasil

"Salvaguarda" é uma das duas palavras que importam para a natação brasileira em Santiago — a outra, claro, é medalha. Isso porque os Jogos Pan-Americanos podem acabar por classificar nadadores do país às Olimpíadas de Paris, no ano que vem. Mas só descobriremos isso no ano que vem.

Mas como assim?

Há dois anos e meio, o primeiro dia da seletiva olímpica da natação brasileira foi marcado por tempo feio na piscina do Parque Aquático Maria Lenk, que é aberto. Chovia, fazia frio e ventava. E isso afetou o desempenho de quem caiu na água. Etiene Medeiros e Brandonn Pierry, que então tinham potencial para serem finalistas em Tóquio, não conseguiram se classificar.

A lição foi aprendida: seletiva única é bom para pressionar o atleta a nadar bem na hora certa, mas é muito ruim quando algo sai do controle. A solução foi a tal da salvaguarda.

Como ela funciona?

A seletiva olímpica, no ano que vem, é o evento que vale para definir a seleção brasileira em Paris. Como já foi no ciclo olímpico passado, e para os dois últimos Mundiais. Mas, agora, outros eventos grandes, um deles o Pan, valem como plano B.

O Brasil pode classificar até dois nadadores por prova para a Olimpíada, se eles fizeram o chamado "índice A" da World Aquatics. Nas provas em que essas duas vagas não forem ocupadas pela seletiva, os resultados dos eventos prévios são considerados. E aí, quem nadou abaixo do índice no Pan, pode ser convocado.

Fazem parte da "salvaguarda" o Mundial de Fukuoka (Japão), já realizado, o Pan, o Finkel, na semana que vem, que é seletiva para o Mundial de 2024, e o próprio Mundial do ano que vem, em Doha (Qatar). Mas só valem os tempos das finais — e das semifinais nos Mundiais.

Assim, quem nadar rápido no Pan pode ficar com um pé dentro da Olimpíada, já que são poucos os casos de provas em que dois brasileiros têm condições de fazer índice olímpico. Foi o caso de Maria Fernanda Costa e Gabriele Roncatto, nos 400m livre. Elas nadaram em 4min06s68 e 4min06s88, respectivamente. Se nenhuma das duas fizer o índice na seletiva, o provável é que ninguém mais faça. Aí elas se classificariam a Paris pelo resultado de ontem.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.