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Flávia opta pela saúde e fatura prata no Pan; Jade vai bem e é quarta

Zero vírgula um quarenta e quatro pontos. Foi isso que separou Flávia Saraiva de uma inédita medalha de ouro no individual geral dos Jogos Pan-Americanos para o Brasil. Líder até o último aparelho, a brasileira optou por não utilizar sua melhor série, para preservar o tornozelo operado no fim do ano passado, foi ultrapasssada pela norte-americana Kayla DiCello, e faturou a prata.

Jade Barbosa também ficou muito perto de um feito histórico, mas terminou em quarto lugar. A brasileira, aos 32 anos, buscando voltar a um pódio individual de Pan depois de 16 anos, terminou com 53,333 pontos, mostrando todo seu potencial, mas o bronze foi para a norte-americana Jordan Chiles, que somou 53,999.

Com essa nota, Jade seria 11ª colocada do Mundial, três semanas atrás. Flavinha voltou a mostrar potencial para ser a quarta melhor ginasta do mundo, ainda mais quando voltar a fazer sua melhor série de solo. Daqui até Paris, pode entrar na briga por um lugar do pódio junto com Rebeca Andrade e Simone Biles.

Rebeca, desta vez, foi mais do que espectadora. Foi auxiliar. Poupada no solo, depois de três cirurgias no joelho na carreira, e um Mundial desgastante, ela nem buscou vaga na final do individual geral, que contempla os quatro aparelhos. Mas participou da prova ajudando as duas brasileiras, fazendo coisas como ajudar a molhar a barra.

Ela é favorita a quebrar o jejum de medalhas de ouro da ginástica artística feminina, que vem desde o título de Jade no salto em 2007, filho único. Amanhã, Rebeca tem tudo para ganhar o salto. Depois, é candidata ao pódio nas barras assimétricas. Na quarta, Flavinha é favorita na trave. Hoje, ela fez a melhor apresentação de todo o Pan, com nota 14,166. No Mundial, isso valeria o quarto lugar.

Como foi a prova

Por ter se classificado em terceiro nas eliminatórias, Flávia Saraiva fez a mesma rotação das duas norte-americanas, enquanto que Jade, que avançou em oitavo, estava em rotação diferente. Enquanto Flavinha estreou no salto, com 13,966, Jade estava nas assimétricas, aparelho em que errou na qualificação. Desta vez foi diferente. A prova foi cravada, e ela recebeu 13,100.

Dali, Jade foi para a trave, onde teve dois pequenos desequilíbrios, mas se manteve firme para tirar nota 12,900. Flávia seguiu para as assimétricas, foi um pouco pior do que nas eliminatórias, mas tirou um 13,533 que a deixou na briga pelo ouro faltando seus dois aparelhos mais fortes.

Na segunda metade da prova, Jade deu show no solo. Nota 13,433 e quinto lugar provisório. Flavinha veio depois, na trave, onde tinha margem para crescer, e cresceu. Tirou injustos 13,866. A comissão técnica fez um apelo formal e a nota de partida foi revista e ampliada em 0,3 pontos — de 5,5 para 5,8. A nota total subiu para 14,166 e, a vantagem dela, para 7 décimos.

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Faltava o solo, mas Flavinha não foi bem. Tirou 12,900, somente, e passou a depender de um erro de DiCello, bronze no Mundial de 2021, o que não aconteceu.

Reportagem

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