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Isabela se classifica a Paris e estará em despedida do pentatlo centenário

Isabela Abreu estará presente em uma prova histórica para o pentatlo que leva moderno no nome, mas é centenário. Classificada às Olimpíadas de Paris, a brasileira competirá no último dia do esporte como ele é hoje. A partir do próximo ciclo, será muito diferente.

Sai o hipismo, que no Pan causou a eliminação de seis das 18 finalistas, e entra a corrida com obstáculos, prova derivada do American Ninja Warrior, formato original da NBC, canal de TV popular nos EUA. Basicamente, o atleta deixará de saber precisar andar a cavalo para conseguir correr saltando muros, passando por debaixo de obstáculos, se segurando em argolas, etc.

Futura atleta olímpica, Isabela ainda não quis nem se arriscar na prova que passará a fazer parte do programa do pentatlo após Paris-2024, já pensando em Los Angeles-2028. "Ainda não deu tempo de processar essa mudança. O foco agora é competir da melhor forma possível, com o hipismo. Depois de Paris a gente vê como faz a corrida com obstáculo", contou ela.

Antes do Pan, em uma competição na Polônia, até teve a chance de treinar em um equipamento da nova modalidade, mas optou por só ver de longe. "Não quis me arriscar, para não correr risco de lesão", justificou.

Aos 28 anos, Isabela vai para sua primeira Olimpíadas. Campeã sul-americana em 2021, e bronze no Campeonato Pan-Americano deste ano, ela terminou a prova em Santiago na nona posição, mas como segunda melhor da América do Sul, o suficiente para conquistar a classificação a Paris. "Foi um trabalho longo até aqui. Veio a conquista da vaga, mais do que a medalha. Acho até que a vaga vale mais", comentou.

Isabela é natural de Curitiba (PR), que não é uma das poucas brasileiras que não treina nos dois centros dedicados ao pentatlo no país, no Rio e no Recife. Por isso, ela não faz um treino de pentatlo, mas de cinco modalidades diferentes. Nada com uma equipe de natação, desenvolve a esgrima em uma academia de esgrima, e por aí vai.

"Como sou 3º Sargento do Exército, posso treinar hipismo nas instalações militares. Isso já facilita para caramba", diz ela. A quinta e última prova do pentatlo mistura tiro e corrida, e é de onde ela é originária.

"Eu vim do atletismo. Corri 800m em Jogos Escolares, morava em Brasília. Meu técnico era atleta de pentatlo, e foi quando eu conheci a modalidade. Tinha competição de atletismo até metade do ano, e no resto do ano eu fazia pentatlo", explica. Em idade universitária, chegou a largar o esporte para estudar engenharia elétrica no Paraná, mas voltou ao esporte dois anos depois. Agora, colhe os frutos.

Reportagem

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