Prova caótica do taekwondo conquista atletas e torcida e dá ouro ao Brasil
Quem já assistiu uma luta de taekwondo sabe que os segundos finais de um round, quando um dos atletas, atrás no placar, vai para o tudo ou nada, são divertidíssimos. Alguém, então, teve a genial ideia de levar essa energia para a luta inteira. O tempo todo sem nada a perder. E foi assim que surgiu a prova por equipes, que estreou ontem (24) nos Jogos Pan-Americanos conquistando atletas e torcida.
"É um negócio meio caótico, mas tem uma estratégia por trás. Foi muito divertido participar, lutar, a gente sentiu que o público gostou, e queremos poder competir mais vezes", comentou Sandy Macedo, que veio ao Pan só para competir por equipes, e ajudou o Brasil a ganhar o bronze no feminino, junto de Caroline Gomes dos Santos, a Juma, e Maria Clara Pacheco.
Entre os homens, a equipe brasileira foi além, e faturou a medalha de ouro, com uma campanha que contou com vitórias sobre Argentina, Cuba, Equador e Chile. "Foi bem divertido. A primeria vez que a gente tá participando. A gente não tava entrosado nas primeiras lutas, mas no decorrer das lutas a gente foi criando uma sintonia e foi dando certo", avalia Paulo Melo.
Basicamente o confronto tem três rounds, cuja pontuação é somada (na luta individual, vence quem ganhar dois rounds). No primeiro, cada um dos três lutadores da equipe faz um confronto de 1 minuto contra um lutador rival, sempre o mais leve contra o mais leve, o do meio contra o do meio, e o mais pesado contra o mais pesado. Os atletas podem pesar até 200kg no feminino e até 235kg no masculino.
No segundo e no terceiro round, os três ficam à disposição dos técnicos, na beira da área de lutas, e vão sendo substituídos instantaneamente. Quem está entrando precisa bater na mão de quem está saindo. Cada equipe pode fazer até oito substituições por round. Como dois reservas e três técnicos de cada lado ficam à beira da luta, é grito, pulo e sinalização de golpe o tempo todo.
"A gente tinha que ter treinado essa troca antes, não deu tempo, mas na hora deu tudo certo. Tinha hora que eu não queria sair, mas o técnico queria que eu saísse, ele é o técnico, e tem que cumprir", diverte-se Paulinho, o mais leve da equipe.
"A gente carrega o nome do Braisl em qualquer momento. Fizemos nosso dever de casa. A gente se sentiu feliz, descontraído, graças a Deus a gente conquistou a medalha, com o sorriso no rosto", complementou Maicon Andrade, o mais pesado do time que também teve Edival Marques, o Netinho.
Chamada também de TK3, a prova, que caiu no gosto da torcida pelas redes sociais, também empolgou quem estava no Centro de Esportes de Contato de Santiago, entre eles o presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Radamés Lattari, que saiu de lá dizendo ter se divertido muito.
Foi a primeira vez que a prova foi disputada pela seleção brasileira, mas ela já faz parte, há duas edições, dos Jogos da Juventude, competição escolar do COB. A diferença é que, para a garotada, ela é mista, com duas meninas e dois meninos. A Federação Internacional promete realizar em breve um Mundial, também. A ideia é, como o judô, conseguir emplacar uma prova por equipes nas Olimpíadas, a partir de 2028.
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