Hugo Calderano faz parecer fácil ser tricampeão pan-americano
Cinco jogos, 20 sets vencidos, e só dois perdidos. O tricampeonato de Hugo Calderano na chave de simples do tênis de mesa foi uma das exibições mais soberanas dos Jogos Pan-Americanos de Santiago. O brasileiro não foi contestado nenhuma vez e, nos únicos dois sets que não venceu, contra o canadense Edward Ly, e o mexicano Marcos Madrid, só foi superado nos detalhes.
"Eu estou muito feliz por isso. Todos esses números me movem bastante, e estou muito feliz de ser tricampeão. Desde Toronto [em 2015] são muitos anos, desde então muita gente chegando, muita gente querendo chegar ao topo. Quem vê a final parece que foi um jogo fácil, mas isso é o reflexo de um treinamento diário, e é isso que faz a diferença para chegar aqui e conseguir ganhar com esse domínio", disse ele, após o ouro em Santiago.
Mesmo a final foi de uma facilidade incomum em uma competição equilibrada como o Pan. Diante do cubano Andy Pereira, as parciais foram 11/3, 11/8, 11/5 e 11/4. O brasileiro marcou 44 pontos e, o rival, só 20, menos da metade.
Para alguém que gosta tanto de desafios, o que o motiva em uma competição assim? "É ganhar. Pode ser 4 a 3, 19 a 17 no último set, ou 4 a 0, sou humilde o suficiente para dizer que todos os outros jogam muito bem e eu só preciso focar em ganhar", afirma.
Calderano ainda joga a competição por equipes no Pan, mas até aqui vem fazendo uma temporada vitoriosa. Venceu tanto o Campeonato Pan-Americano quanto os Jogos Pan-Americanos em simples e três torneios nível WTT Contender, que têm o peso de um Masters 1000 no tênis. Da mesma forma, porém, caiu logo na estreia em eventos do tipo no Rio e em Lima.
"Foi realmente uma temporada com vários altos e baixos, mas isso faz parte do esporte, principalmente com o meu estilo de jogo tão agressivo tão ambicioso. Pode ser uma só uma fase da carreira, mas ao mesmo tempo eu também consegui três títulos de WTT esse ano. Uma lesão me atrapalhou no meio da temporada, mas mas tô muito feliz com com o ano que eu fiz", avalia Calderano.
A nove meses dos Jogos Olímpicos, o foco não poderia estar em outro lugar senão em Paris. Pensando já no sorteio das chaves da Olimpíada, o ideal é estar no top4 do mundo, junto com os chineses, e fugir de um duelo com um deles até a semifinal. Por enquanto, a meta está sendo alcançada com sucesso. O brasileiro é quarto, com 2.875 pontos, e mais de mil de vantagem sobre o melhor não chinês, o japonês Tomokazu Harimoto.
"Eu vou provavelmente tentar descansar mais uma vez esse ano ainda, em novembro e dezembro, porque depois com a corrida dos pontos do ranking mundial, muitos campeonatos, muitas competições internacionais, não vai dar tempo", explica.
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