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Danielzinho perde apoio do COB após faltar a final no atletismo

Não participar da final dos 10.000m dos Jogos Pan-Americanos de Santiago vai custar caro a Daniel do Nascimento, o Danielzinho. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) decidiu que, daqui em diante, não dará qualquer apoio extra à carreira dele, que é o melhor maratonista não-africano de todos os tempos.

Danielzinho inicialmente foi convocado para correr a maratona em Santiago, mas pediu para participar da prova de pista, mais curta, porque não estava preparado para correr 42 quilômetros depois de uma lesão em um compromisso comercial no meio do ano. O primeiro plano para o segundo semestre era correr a Maratona de Berlim, depois mudou para a de Chicago, a do Pan, e finalmente os 10.000m na pista.

Mas, ontem, dirigentes do COB e da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) foram surpreendidos ao perceberem que ele aparecia como desqualificado da prova, final direta. Quando o encontraram, souberam da versão dele: tomou o ônibus das 16h30 na Vila Pan-Americana, ficou preso no trânsito, e quando chegou ao Estádio Nacional já havia ocorrido a chamada, marcada para as 17h20.

Atletas brasileiros que tomaram um ônibus mais cedo, porém, relataram que ele estava no veículo. Depois da chegada no Estádio Nacional, não mais o viram. A área técnica da CBAt o havia orientado a pegar o ônibus no máximo às 15h40. Fato é que, por qualquer razão, ele não apareceu para cumprir a obrigação de correr.

Desde que ressurgiu como atleta de ponta, em 2021, fazendo índice olímpico logo na primeira maratona da vida, Danielzinho, que hoje tem 25 anos, é visto como um lobo solitário. Troca constantemente de treinador, de staff e de ideia. Chegou, inclusive, a se oferecer a correr pela China, como revelou o Olhar Olímpico.

Depois daquele episódio, o COB estreitou os laços com Daniel e o incluiu no Programa de Preparação Olímpica (PPO), que olha mais atentamente às necessidades dos principais atletas do país e oferece estrutura para eles chegarem ao pódio olímpico. Isso inclui pagar centro de treinamento no exterior, treinador, camping, etc.

É esse apoio que Danielzinho, que mora e treina no Quênia, não terá mais. Sempre que ele fizer jus a ser convocado, o será, e, dentro da delegação, terá a mesma atenção que qualquer outro. Mas não será mais o COB a dar a ele o cuidado extra reservado a nomes como Bruno Fratus, Rebeca Andrade e Isaquias Queiroz. O cobertor é curto e vai cobrir quem quer ser coberto.

Reportagem

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