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País da ginástica? Brasil teve 100% dos ginastas ganhando medalha no Pan

Três modalidades distintas, que têm comissões técnicas diferentes e treinam em locais diversos do país. Mesmo assim, a ginástica do Brasil volta dos Jogos Pan-Americanos de Santiago com um aproveitamento de 100%. Todos os ginastas que vieram ao Pan ganharam no mínimo uma medalha.

"É um trabalho pensado em vários pontos, não só com a parte técnica da ginástica em si. A gente busca realizar um trabalho multidisciplinar, que pensa na pessoa na parte física, mental, emocional... Tudo isso, num momento de competição, principalmente Jogos, faz diferença. Acho que o grande motivo desse resultado é um trabalho muito bem feito de todos os lados. Não é só pensar no atleta como uma série que ele faz, mas como um ser humano", diz Henrique Motta, diretor esportivo da Confederação Brasileira de Ginástica.

As ginásticas ajudaram o Brasil no quadro de medalhas com 11 medalhas de ouro, 16 de prata e quatro de bronze. Pensando delegação por delegação, só a de natação dos EUA teve tamanho impacto no quadro de medalhas.

"É um trabalho de muitas mãos, tanto dentro da quadra, de um time de ginastas, no conjunto e individual, muitas mãos envolvidas que trabalharam duro a longo prazo. Em 2019, a gente foi com uma equipe jovem no conjunto, ficamos sem o ouoro, e recuperou essa hegemonia, a coroa é nossa, não só no conjunto como no individual", comentou Camila Ferezin, técnica da seleção de conjunto na ginástica rítmica.

Só na ginástica rítmica foram oito medalhas de ouro, em oito possíveis, além de mais quatro pratas e um bronze. Exceto por esse terceiro lugar, que poderia ser um segundo, uma campanha perfeita. Bárbara Domingos ganhou três provas, Maria Eduarda Alexandre duas, e Geovanna Santos subiu ao pódio com uma prata — por uma regra da ginástica, cada final só pôde contar com duas brasileiras.

Na artística, ajudou o fato de a disputa por equipes premiar todos os ginastas. No feminino, o time foi prata, enquanto que, no masculino, eles foram bronze. Rebeca Andrade ainda ganhou duas provas, encerrando um tabu de ouros na artística feminina que vinha desde 2007, e Flávia Saraiva conquistou outras quatro, se igualando no posto e mulher com mais medalhas em Jogos Pan-Americanos pelo Brasil. Entre os homens, Arthur Nory, Diogo Soares e Bernardo Miranda tiveram medalhas individuais.

Fechando o Pan, um desempenho também histórico para a ginástica de trampolim, a uma semana do Mundial. A modalidade não ia ao pódio desde 2011, e em Santiago ganhou quatro medalhas. Duas vieram no sincronizado, prova que não é olímpica e entrou no programa do Pan este ano, mas outras duas, ambas de prata, vieram no individual, com desempenhos de primeira linha.

Camilla Gomes não fez uma apresentação brilhante, e mesmo assim ficou com o segundo lugar, com nota para ser finalista mundial, enquanto Rayan Castro fez a melhor série da vida, que valeria a prata no Mundial passado.

"Eu acho que isso demonstra todo o trabalho que a CBG vem fazendo. Não é um trabalho de hoje, é um trabalho de muitos anos, de muitas mãos, são muitas pessoas, uma equipe disciplinar enorme. Seja em Aracaju, Belo Horizonte, no Rio... o Brasil é da ginástica. A gente tá muito bem. Isso só mostra o quanto a gente vem trabalhando, e a medalha é só recompensa", avalia Alice Gomes, que foi prata no sincronizado.

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O próximo, e último, desafio da ginástica no ano é o Mundial de Trampolim, esta semana, em Birmingham, na Inglaterra. O sincronizado feminino vai em busca de um ouro inédito, enquanto Camilla e Rayan têm a expectativa de serem finalistas e, entre os oito primeiros, já se garantirem em Paris-2024.

O conjunto e Bárbara Domingos se classificaram à Olimpíada pelo Mundial de GR, enquanto a equipe feminina e Diogo Soares pelo Mundial de Artística. Além disso, o Brasil tem uma vaga individual masculina, que pode escolher quem convocar.

Reportagem

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