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COI autoriza, e amazona de 53 anos é reforço do Brasil para Paris-2024

O Time Brasil conquistou um grande reforço para os Jogos de Paris, no ano que vem. Depois de três Olimpíadas competindo por Portugal, a amazona Luciana Diniz, de 53 anos, foi autorizada ontem (29), pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), a voltar a defender o Brasil após 17 anos.

Ela, que é sobrinha do bilionário Abílio Diniz, já competiu pelo time brasileiro de hipismo saltos durante a Copa das Nações, em Barcelona, em setembro, e foi determinante para que o país conquistasse a vaga olímpica em Paris, terminando aquela competição no quarto lugar.

As regras de elegibilidade que valem para as competições da Federação Internacional de Hipismo (FEI), porém, são menos restritivas do que as do Comitê Olímpico Internacional (COI), o que é bastante comum no esporte.

Luciana, em tese, só poderia defender o Brasil a partir de setembro de 2024, uma vez que o COI exige uma quarentena de três anos sem competir por outro país, e a amazona esteve no Campeonato Europeu de 2021 por Portugal.

Mas essa regra admite exceção quando há concordância dos dois países envolvidos e da federação internacional, o que foi o caso de Luciana. O pedido foi apreciado ontem pelo Conselho Executivo do COI, que autorizou a mudança de nacionalidade esportiva dela, deixando a veterana apta a competir em Paris-2024.

O hipismo é um esporte misto, mas até hoje só quatro mulheres defenderam a equipe olímpica de saltos do Brasil. Neste século, somente a própria Luciana, em 2004, e Camila Mazza, em 2008. Antes, Lúcia Faria foi olímpica em 1968, e Cristina Johannpeter em 1988. Filha desta, Karina Johannpeter chegou a ser convocada para Londres-2012, mas foi cortada horas antes da estreia por problemas de saúde do seu cavalo.

Quem é Luciana Diniz

Vinda de uma família abastada, dona de uma rede de concessionárias Mercedes-Benz, Luciana seguiu o caminho da mãe, Lica, que também foi amazona. Poderia ter ido às Olimpíadas de Atlanta, mas vendeu o cavalo que montava, e que ajudou o Brasil a ganhar o bronze na sela de Luiz Felipe Azevedo.

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Morando no interior da Alemanha desde os 19 anos, também negociou o cavalo que poderia levá-la a Sydney, pausou a carreira para ser mãe de gêmeos, e só foi estrear em Jogos Olímpicos, em Atenas/2004, aos 34 anos.

Depois, teve conflitos com a equipe brasileira, que rejeitava a ideia de ela competir no Mundial de 2006 com um cavalo, Dover, considerado velho demais aos 18 anos. Ali, decidiu competir por Portugal, de onde já era cidadã, porque o avô Valentim Diniz, fundador do Grupo Pão de Açúcar, era nascido lá.

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Imagem: Stephen McCarthy/Sportsfile via Getty Images

Conexão Alemanha - Portugal

Defendendo Portugal, foi a Londres (ficou em 17º), ao Rio (terminou em nono) e em Tóquio (em décimo). No Japão, montando Vertigo du Desert, chegou a sonhar com a medalha, até a montaria tocar no último obstáculo.

Em julho do ano passado, anunciou que voltaria a defender o Brasil. "Meu retorno tem motivações pessoais, familiares e profissionais. Diria que as de cunho pessoal são as mais fortes, um sentimento de voltar para casa", explicou na época.

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O conjunto formado por ela e Vertigo ficou quase dois anos sem saltar grandes competições, após o décimo lugar em Tóquio e o vice em um GP cinco estrelas em Aachen (Alemanha), e com um quinto lugar em Gijón (Espanha), um GP quatro estrelas, e o desempenho memorável em Barcelona.

Disputa das boas

O fato de ter sido fundamental para classificar o Brasil a Paris, e o fato de ter disputado quatro Olimpíadas, e ter sido top 10 nas últimas duas, joga a favor de Luciana na acirrada disputa por uma vaga na equipe que vai aos Jogos no ano que vem.

Além dela, o Brasil tem à disposição Rodrigo Pessoa, que fez 51 anos ontem e conta com uma montaria de primeiro nível (Major Tom), Stephan Barcha, que foi ouro no Pan com Primavera Império Egípcio, Marlon Zanotelli, ouro no Pan de 2019 e melhor brasileiro no ranking mundial, Pedro Veniss, campeão da Copa das Nações de 2021 e 12º este ano, e Yuri Mansur, quarto na Copa do Mundo deste ano, melhor resultado individual do Brasil em anos no circuito internacional.

São pelo menos seis nomes para somente três vagas na equipe. Um quarto conjunto pode ser convocado como reserva, mas só compete se um outro conjunto for retirado antes do início das provas.

E a disputa ainda conta com outros dois atletas da mesma geração que recentemente voltaram a defender o Brasil: Santiago Lambre, top 100 do ranking mundial que voltou a se declarar brasileiro depois de 22 anos competindo pelo México, e Cassio Rivetti, oitavo no Mundial de 2014 pela Ucrânia, país que defendia desde 2009 a convite de um bilionário local.

Reportagem

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