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Rayssa ajuda sarrafo a subir e alcança nota mais alta da vida com título

A taça de campeã (ou bicampeã) da Street League Skateboarding, a SLS, não foi o único feito alcançado ontem por Rayssa Leal no ginásio do Ibirapuera. Aos 15 anos, a estrela máxima do skate brasileiro também entrou para o "nine club" da liga, com o 9,0 que tirou na segunda volta. Mas o que isso significa?

Diferente da World Skateboarding, federação internacional da modalidade, que adota notas de 0 a 100, a SLS, que é uma competição privada, anterior inclusive ao skate "olímpico", usa uma escala de 0 a 10. E, historicamente, só permitia que os homens chegassem mais perto do máximo.

Como cada pista é diferente, a SLS não tem uma cartilha como da ginástica, por exemplo, que padroniza notas em todos os eventos, em qualquer lugar do mundo. O que se sabe é que o julgamento da liga avalia execução, dificuldade, variedade, originalidade e estilo.

Para os homens, que têm mais competições e oportunidades há mais tempo, os critérios de avaliação estão padronizados há tempos. Por exemplo, o terceiro colocado em São Paulo somou 27,1 pontos. Em Sydney, também. Nas finais de 2022 e 2021, também.

No feminino, os critérios têm evoluído à medida que o nível de skate das mulheres também melhora. Em 2021, Pâmela Rosa teria somado 26,8 pontos para ser campeã se valesse a mesma regra de hoje, de contar as quatro melhores notas — eram três até o ano passado. Em 2022, Rayssa somaria 26,6.

Este ano, o sarrafo subiu em notas e em desempenho, com a chegada de Chloe Covell, australiana de 13 anos, que fez manobras de nota 9,0 também em Tóquio quanto em Sydney, em ambas, para fechar a competição com ouro. Na primeira, com 32,5 pontos. Na segunda, com 33,4. Um padrão já bem diferente do que havia até o ano passado.

Ontem, foi Rayssa quem entrou para o clube dos 9, se tornando a primeira a alcançar tal nota na volta, não na manobra — no evento masculino, seis skatistas diferentes conseguiram o feito só em São Paulo. Essa mudança também pode ser medida pelas notas na casa de 8. Rayssa tirou três dessas ontem, e outras três ao longo da temporada. Ainda teve dois 7,9 e um 7,8. No ano passado, em quatro etapas, só recebeu mais de 7,8 duas vezes.

Na semana que vem, Rayssa tem pela frente o Mundial da World Skate, que tem outros critérios de nota, mas o mesmo sarrafo mais alto da história. A tendência é a brasileira brigar pelo tri contra Covell, a norte-americana Paige Heyn, bronze na última etapa válida para o ranking e na SLS, e a legião japonesa. Em São Paulo, Momisi Nishiya foi prata, Aoi Uemura quarta colocada e, Yumeda Oda, a quinta. Liz Akama, que é quarta do ranking mundial, não veio.

Reportagem

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