Bradesco fecha as portas do maior formador do vôlei e do basquete feminino
O Bradesco anunciou nesta sexta-feira (15) o fim daquele que é o principal clube formador tanto do vôlei quanto do basquete feminino do Brasil, o ADC Bradesco, que na temporada passada venceu a divisão de acesso da Superliga Feminina, com seu time sub21. É o fim também do que, um dia, foi o time de basquete do BCN.
"A ADC Bradesco informa que manterá, a partir do ano que vem, exclusivamente suas atividades focadas nos núcleos de formação de crianças e adolescentes. A inciativa visa concentrar esforços em seu propósito social, que é o de garantir que crianças e adolescentes possam ter acesso ao esporte como uma ferramenta de habilidades sociais e de educação", explicou o banco, que manterá o ADC como um projeto social, sem times competitivos.
"Os núcleos de especialistas serão descontinuados. A ADC reforça que todos os trâmites necessários serão cumpridos nesse processo", continuou o Bradesco, em nota enviada ao Olhar Olímpico.
A Associação Desportiva Classista Bradesco estreou primeiro no basquete feminino, no fim dos anos 1980, com um time que teve como protagonista a 'Magic' Paula e que usava a marca do antigo Banco de Crédito Nacional, o BCN. O trabalho no vôlei profissional começou em 1993, também com o nome do BCN, tendo como base a cidade de Guarujá, no litoral paulista. Ao mesmo tempo, o BCN chegou a ter Paula no basquete, e Ana Moser no vôlei.
O de vôlei mudou em 1996 para Osasco, onde o Bradesco tem sua sede, e, pela cidade, disputou a Superliga até 2009, vencendo três vezes o título nacional e criando uma rivalidade histórica contra o time de Bernardinho. No meio do caminho, mudou seu nome fantasia de BCN para Finasa, outra marca do Bradesco.
Em meados de 2009, o banco desistiu de ter time profissional, e um novo clube foi criado em Osasco para continuar jogando a Superliga com a mesma estrutura da equipe que já existia. Para fins estatísticos, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) considera que todo esse tempo o "Osasco" foi um só.
Mas, desde 2009, o trabalho desenvolvido na capital nacional do vôlei feminino é dividido em dois. O Osasco Voleibol Clube, atual Osasco/São Cristóvão Saúde joga a Superliga, e não tem time de base, enquanto o ADC Bradesco continuou como principal clube formador do país. No começo do ano, com seu time sub21, conquistou o acesso à Superliga A, mas, por decisão do banco, seu mecenas, optou por não jogar na elite.
No caminho contrário, optou por não entrar nem na Superliga B, em um sinal de que o Bradesco estava retirando o investimento. Mesmo assim, no vôlei, só este ano, o ADC Bradesco foi finalistas estadual nas categorias sub19 e sub15, e chegou às quartas de final no sub21 e sub17. No basquete, ganhou o sub15, o sub16, o sub18 e foi finaista do sub20 em 2023.
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