COB aprova orçamento para 2024 e vai usar R$ 85 milhões de poupança
A assembleia geral do Comitê Olímpíco do Brasil (COB) aprovou nesta sexta-feira (15) o orçamento da entidade para 2024, com previsão de gastar R$ 85,4 milhões a mais do que a arrecadação. É o segundo ano seguido que o COB irá reduzir significamente seu caixa. O orçamento de 2023 previu um déficit de R$ 76,6 milhões.
Há anos o COB vem operando com um valor significativo em caixa. Ao fim de 2019, segundo as demonstrações financeiras do comitê, havia R$ 145 milhões em caixa. Com a pandemia, e o esporte parado, esse montante chegou a R$ 206 milhões ao fim de 2020. Mesmo em 2021, ano olímpico, quando tradicionalmente o COB gasta mais, o caixa cresceu numericamente, para R$ 207 milhões.
Na virada de 2022 para 2023, o COB tinha R$ 256 milhões em caixa. Veio nesse contexto a aprovação de um orçamento para 2023 com déficit de R$ 76 milhões, prevendo arrecadar R$ 428 milhões, e gastar R$ 504 milhões.
Para 2024, a conta é arrecadar R$ 486 milhões, mas ter R$ 571 milhões em despesas. O orçamento aprovado considera que o COB vai iniciar o ano olímpico com R$ 229 milhões em caixa, e terminar 2024 com R$ 124 milhões guardados.
Ao longo dos últimos anos, o COB contingenciou recursos (guardou dinheiro) recebidos das Loterias, para o caso de haver uma interrupção nos repasses, uma vez que o COB estava no polo passivo de diversas demandas jurídicas em curso.
Em novembro de 2022, estavam contingenciados R$ 212 milhões da LAP (Lei Agnelo/Piva). Ao final de 2024, segundo o orçamento aprovado hoje pelo COB, serão R$ 66 milhões. Parte desse dinheiro está sendo investido na reforma do Parque Aquático Maria Lenk, cuja concessão foi renovada para o COB até 2048. Só no ano que vem o comitê pretende gastar ali R$ 40,1 milhões em manutenção e reforma. Em 2023, foram R$ 30 milhões.
No caminho contrário, o COB tem guardado recursos próprios. Para o ano que vem, a previsão é ampliar esse caixa de R$ 29 milhões para R$ 58 milhões.
Como o Olhar Olímpico havia adiantado, o COB vai distribuir R$ 225 milhões às confederações, de forma ordinária, em 2024, um aumento de 12% em comparação a 2023, ainda que o aumento na arrecadação com as Loterias não tenha sequer superado a inflação até aqui em 2023.
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