Capitão do handebol é chamado de 'macaco' após título na Argentina
Capitão da seleção brasileira masculina de handebol, Thiagus Petrus sofreu ofensas racistas depois do título da equipe no Campeonato Sul-Centro-Americano, disputado em Buenos Aires (Argentina). Os brasileiros venceram os donos da casa na decisão por 28 a 26.
Pelo Instagram, Petrus, que joga pelo Barcelona, compartilhou uma mensagem que recebeu no direct: "Mono, Macacoo da selva. Voltem para lá, macaco de merda. Macacooo", diz a mensagem, que também tem três emojis de gorila. Petrus é negro.
O brasileiro, que omitiu qual o perfil que mandou essas duas mensagens a ele, também disse que a torcida argentina jogou bananas em quadra. "No final do último jogo, foram jogadas 3 bananas na quadra que eu vi, podem ser que tivesse mais alguma. Se isso não fosse suficiente, receber mensagens discriminatórias e coloco apenas uma delas que recebi", escreveu.
"Difícil estar feliz com esse tipo de situação, mas certo de que estou no caminho certo se a minoria racista fica incomodada com o meu trabalho e dos meus companheiros!", continuou.
Entre torcedores argentinos, circulam críticas à comemoração da equipe brasileira, que saiu de um placar de 10 a 3 para virar o jogo, conquistar o título, e se vingar dos arquirrivais, campeões do Pan. O roteiro, de certa forma, se assemelha aos casos de racismo contra o brasileiro Vini Jr, na Espanha, acusado, assim como a seleção de handebol, de "exagerar nas comemorações".
Pouco após a postagem de Thiagus, que é membro da Comissão de Atletas, o COB se posicionou nas redes sociais:
"O Comitê Olímpico do Brasil repudia e condena veementemente as manifestações racistas denunciadas pelo atleta Thiagus Petrus em sua página no Instagram, ocorridas no campeonato Sul Centro Americano de handebol, em Buenos Aires (ARG). Não há espaço para preconceito e é absurdo que, em 2024, ainda sejam vistos casos de discriminação e injúria no esporte ou em qualquer esfera da sociedade. O COB ressalta que este tipo de violência não deve ser tolerada e pede que as autoridades competentes investiguem e ajam de acordo com a gravidade do caso. Racismo é crime. Combatê-lo diariamente é dever de todos nós."
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