Nadador sofre acidente grave no mar em Copacabana e mobiliza Fla e Flu
Um acidente pegando 'jacaré' na praia de Copacabana, no Rio, quase tirou a vida do nadador Felipe Alves Passos, de 19 anos, na semana passada. Ele perdeu o movimento da perna direita, passou por cirurgia de emergência, e agora sua recuperação mobiliza Flamengo e Fluminense.
"A gente não tem plano de saúde, ele entrou no (Hospital) Miguel Couto pelo SUS. Foi fora de série o atendimento, ele passou por uma cirurgia de artrodese na coluna (quando duas vértebras são fundidas por parafusos) em 24h, o que só foi possível pelo porte físico dele. É atleta, não bebe, todo regrado. Mas a gente sabe que a recuperação é sempre muito complicada", conta o pai, Jefferson Passos.
Sócio nato e conselheiro do Flamengo, Jefferson viu o filho quase morrer no mar aos 8 anos, puxado por uma onda. Colocou o menino na natação do Flamengo, onde permaneceu até os 18, disputando as principais competições do país. Dispensado no fim de 2022, Felipe passou a treinar com o grupo do técnico Rogerio Karfulkenstein, o Kafu, sendo federado, como vários de seus colegas, pelo Fluminense.
Aos 19 anos, o nadador, porém, já havia decidido aposentar a touca. Seguia federado pelo Flu, mas sem perspectiva de voltar a competir. Não deixou de praticar esportes, porém, e na terça-feira passada, achou que o mar estava no ponto para praticar bodysurf, o surfe sem prancha, mais conhecido no Rio como "jacaré".
Em um desses jacarés, quase na divisa entre as praias de Copacabana e do Leme, em frente ao Hotel Hilton, tomou um caixote e foi jogado pela onda contra uma caixa de areia. Bateu a cabeça e teve traumas nas vértebras C6 e C7. "Ele ficou brigando entre a vida e a morte. Quando bateu a cabeça, ele teve um desligamento do corpo, e parou de sentir a perna direita. Como ele estava de nadadeira, conseguiu chegar até certo ponto da praia para pedir ajuda", conta o pai.
Uma banhista que nem sequer sabia nadar, Fabíola Soares, se prontificou a ajudá-lo. Resgatado depois com ajuda do salva-vidas, foi levado ao Miguel Couto, onde viria a passar pela cirurgia. Uma semana depois do acidente, ele segue na cama hospitalar. Não anda por não ter rigidez no tronco ou força na perna direita, e não recuperou a força da mão direita.
A preocupação da família é com a recuperação, e o pedido de ajuda vem circulando bastante no meio da natação. "Não foi com o intuito de pedir doação, mas de conseguir a vaga no Hospital Sarah Kubitschek. Mas com isso as doações estão vindo, seja em forma de dinheiro, seja com vários tipos de ajuda, para ambulância, enfermeiro, cama. O pai de uma menina da natação, que é neurocirurgiã, está ajudando a gente, o chefe da minha esposa ajudou muito. Ele está recebendo muito carinho das pessoas", continua Jefferson.
O caso envolvendo o filho de um conselheiro e ex-nadador do Flamengo mobilizou os bastidores do clube. Da mesma forma, a família recebeu contatos do Fluminense, e respondeu que o mais importante, no momento, seria conseguir a vaga no Sarah, hospital de referência para este tratamento.
Com ajuda também do deputado federal Luiz Lima (PL-RJ), ex-nadador dos dois clubes e pai de uma nadadora do Flamengo, Felipe passou por uma entrevista no Sarah Kubitschek no último domingo e deve seguir o tratamento lá. A ajuda financeira, porém, segue bem-vinda. As doações chegam pelo pix alvespassosfelipe@gmail.com.
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