Newsletter: Vem aí o último grande Mundial do ciclo olímpico
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A pandemia não mexeu apenas com o calendário olímpico, encurtando em três anos o ciclo até Paris. Afetou também a programação de Campeonatos Mundiais, fazendo com que alguns deles fossem jogados para o ano das Olimpíadas.
É o caso do Mundial de Esportes Aquáticos de Doha (Qatar), que começa na sexta-feira. Serão 75 provas, a maior parte delas valendo a chance de se classificar para os Jogos de Paris. Ao mesmo tempo, para quem já está garantido, a competição é desinteressante.
Nos saltos ornamentais, primeiro esporte a distribuir medalhas, o Brasil está desfalcado de Ingrid Oliveira e Isaac Souza. Ambos já estão classificados a Paris e preferiram ficar treinando — os dois, aliás, devem ser anunciados como reforços do Pinheiros daqui a algumas semanas.
Saltos ornamentais e nado artístico
A seleção brasileira, nos saltos, terá outros seis atletas, que vão atrás de 12 vagas por prova. O Brasil tem histórico de conseguir classificações olímpicas por esse Pré-Olímpico, que antes era uma "Copa do Mundo", mas precisa de desempenhos melhores do que do Pan.
No nado artístico, que também começa junto com o Mundial, na sexta, o Brasil vai com conjunto, mas disputa a vaga olímpica diretamente no dueto. As chances não são boas.
Os Jogos de Paris terão 18 duetos e a dupla brasileira está entre as 16 melhores do mundo. Mas os países classificados no conjunto também têm direito a levar dueto, e desta vez tanto na África quanto na Oceania os classificados não coincidiram. Egito, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia, mais fracos que o Brasil, vão à Olimpíada. A linha de corte deve ficar entre o 11º e 13º lugares do Mundial, exatamente onde o país esteve por décadas — hoje não parece estar.
Maratona e polo "aquáticos"
Muito mais provável é a classificação olímpica de Ana Marcela Cunha. Ela nada no sábado (3) a maratona aquática (prova de 10km). Como forma de prestigiar o evento em Doha, o Mundial deste ano distribui 13 vagas, enquanto o do ano passado só classificou três. A baiana, ali, foi quinta. Agora, tende a atingir o objetivo com folga. Viviane Jungblut, Henrique Figueirinha e Pedro Guastelli Farias também tentam.
No polo, diferente do Mundial passado, quando os times nem foram ao Japão por saberem não terem chance, agora o Brasil vai a Doha com as seleções masculina e feminina.
Os homens jogam contra Grécia (atual vice-campeã mundial e olímpica), França e China. Prata no Pan, o Brasil precisará terminar o Mundial na frente de dois dos cinco europeus que buscam a vaga: Itália, Sérvia, Montenegro, Croácia e Romênia. São quatro vagas, mas oito times já estão classificados. É muito difícil, mas o chaveamento pode ajudar.
As mulheres caíram no grupo com EUA (tricampeã olímpica), Holanda (campeã europeia) e Cazaquistão. Restam só duas vagas, o que torna a missão quase impossível, ainda mais com os problemas internos. O Pinheiros foi campeão da Liga PAB, com sobras, mas não tem ninguém no time convocado pelo técnico Paulo Rogério de Moraes Rocha, ligado à ABDA Bauru.
Metade do elenco é do Flamengo (prata na liga), metade da ABDA (bronze) e ninguém do Pinheiros (campeão). Nos bastidores, reclamações de que as jogadoras do clube paulista foram boicotadas. Em uma fase de treinos em Bauru, foram hospedadas em um hotel distante de uma cidade vizinha, onde não nem aplicativos de delivery entregavam comida.
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