Brasil terá a menor delegação olímpica nos saltos ornamentais desde 2000
O Brasil terá, em Paris, sua menor delegação nos saltos ornamentais desde os Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000. Se, de um lado, há chance real dos melhores resultados da história, com Ingrid Oliveira e Isaac Souza, de outro a equipe caiu pela metade na comparação com Tóquio-2020.
A última seletiva dos saltos para as Olimpíadas de Paris foi o Mundial de Esportes Aquáticos de Doha (Qatar). Ainda haverá uma redistribuição de vagas a partir dos resultados dessa competição, mas o desempenho dos brasileiros foi tão ruim que não há chance de eles serem beneficiados.
Entre as mulheres, Giovanna Pedroso foi 38ª (entre 46) na plataforma e, no trampolim, o Brasil teve Luana Lira e Anna Lúcia dos Santos respectivamente em 35º e 47º lugar (entre 52). No masculino, Luis Felipe Moura (46º) e Rafael Max (48º) ficaram na metade de baixo de uma classificação com 69 atletas no trampolim.
São posições muito distantes do que costuma ser a linha de corte das tradicionais realocações. Em 2021, Luana Lira se classificou a Tóquio ficando em 18º lugar na Copa do Mundo (uma espécie de Mundial só de saltos ornamentais, que não será realizado desta vez). Tirou 274 pontos nas eliminatórias. Agora, fez 219 pontos, em 35º. E, ainda assim, foi a melhor brasileira no Mundial.
É verdade que Ingrid Oliveira e Isaac Souza não foram ao Mundial, e poderiam fazer coisas muito melhores. No ano passado, os dois foram finalistas, e por isso já se classificaram a Paris-2024. Além deles, o Brasil está sem Kawan Pereira, finalista olímpico, que passou por problemas pessoais e se afastou do esporte. Mas a luz amarela tem que estar acesíssima.
Desde 2004, o Brasil sempre teve mais gente se classificando às Olimpíadas. A geração de Juliana Veloso, Cassius Duran, Hugo Parisi e Cesar Castro levou quatro a Atenas-2004 e Pequim-2008, três a Londres-2012 e, com a ajuda de convites como dono da casa, chegou a nove na Rio-2016. Em Tóquio, a seleção teve quatro atletas, e por muito pouco não chegou a cinco, já que Giovanna Pedroso ficou a uma posição da vaga.
Agora, a redução para dois nomes é preocupante, também porque vem acompanhada de uma piora nas notas e nas classificações, e porque há indiscutível potencial. Rafael Max, por exemplo, foi medalhista de bronze Mundial Júnior de 2022, e se apresentou mais uma vez muito mal no Mundial adulto.
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