Golpista de porta de quartel, Maurren é premiada como chefe de delegação
Maurren Maggi é uma golpista. Não faz nem 15 meses, estava na porta de um quartel, em São Paulo, clamando por um golpe militar, pelo fim da democracia no Brasil.
Mas a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) parece já ter esquecido. Ou, ainda pior, não se importar. Hoje (22), premiou a golpista nomeando-a chefe da delegação do Brasil no Mundial Indoor de Atletismo de Glasgow (Escócia).
Ninguém tira de Maurren o enorme feito de ter sido campeã olímpica, a primeira mulher a ganhar uma medalha de ouro individual para o Brasil. Mas a atleta está aposentada e quem vai tomar decisões em nome de toda a delegação no Mundial é uma mulher que é contra a democracia.
Depois de adiar ao máximo o anúncio de que estava aposentada, para continuar recebendo Bolsa Atleta quando já não mais treinava, Maurren apostou na política. Foi candidata pelo PSB a convite de Márcio França, e depois pelo DEM. Desempregada, virou papagaio de pirata de Jair Bolsonaro (PL), convidada a discursar para elogiá-lo em todos os eventos com um mínimo de conexão com o esporte.
Já dentro do bolsonarismo, tentou sair candidata a deputada federal pelo Republicanos de Tarcísio de Freitas, mas teve seu registro negado pelo TRE-SP por não comprovar quitação eleitoral do pleito anterior. Em outras palavras: não pagou as contas de campanha.
Fora das pistas, Maurren só pode ser exemplo do que NÃO fazer. Deveria ser punida, julgada e presa junto de outros tantos golpistas. Pelo contrário, será premiada como chefe de delegação, viajando à Escócia às custas da CBAt, que é financiada especialmente pela Lei Piva (Loterias) e pela Caixa (patrocínio). De um jeito ou de outro, dinheiro público.
Como confiar em uma entidade que aceita ser liderada, ainda que por um fim de semana, por uma golpista assumida?
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