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Nory é prata, bate na trave de novo, e vaga olímpica fica improvável

Arthur Nory teve quatro chances de se classificar aos Jogos de Paris, três delas individualmente. Bateu na trave em todas elas, incluindo a última. Hoje (10), foi prata na Copa do Mundo de Baku de Ginástica Artística, na barra fixa, com a mesma nota do primeiro colocado, e agora dá praticamente adeus ao sonho da classificação.

Serão quatro etapas de Copa do Mundo, valendo os resultados dos três melhores desempenhos de cada atleta no aparelho. E, em cada aparelho, são duas vagas, para atletas de países que não conseguiram vaga por país. Na barra fixa, na prática, se tornou uma disputa entre Nory, o taiwanês Tang Chia-hung, o colombiano Ángel Barajas, de 17 anos, e o lituano Robert Tvorogal.

Tang venceu as duas primeiras etapas, no Cairo e Cottbus e encaminhou a primeira vaga, que agora é matematicamente dele. A disputa é pela segunda, entre os demais. Em Baku, eles tiveram a mesma nota, 14,333, mas o ouro ficou com o lituano, pelos critérios de desempate — ele teve melhor nota de execução, ou seja, fez mais bem feita uma série mais fácil.

Agora, o lituano já tem pontuação de um primeiro (30), um segundo (25) e um terceiro (20) lugares. Nory, que nem passou à final no Cairo, tem um segundo (25) e um terceiro (20). Para igualar o europeu, precisa ganhar a última etapa, em Doha, chegando também à soma de 75.

Isso é plenamente possível, vide o equilíbrio em Baku. O problema é que, se os dois empatarem em pontos, o segundo critério de desempate é a nota média. E Nory precisaria de uma apresentação de 14,867 pontos, acima do que ele tirou mesmo quando foi bronze no Mundial de 2022. É bastante improvável.

O Brasil levou outros três ginastas à Copas em busca da terceira vaga olímpica possível, mas Bernardo Miranda foi mal em todas as competições, Yuri teve o sexto lugar em Baku no solo como seu melhor até aqui, e Caio Souza, maior esperança, não brilhou nas duas primeiras etapas e ficou fora da competição deste fim de semana por uma gripe.

Assim, exceto se Nory tiver um desempenho espetacular em Doha, o Brasil só terá dois ginastas em Paris: Diogo Soares e um escolhido pela comissão técnica, que terá que decidir entre Nory e Caio.

Este lesionou o tendão de Aquiles em meados do ano passado, e precisou passar por cirurgia. Por isso, ficou de fora tanto do Mundial quando do Pan, realizado na semana seguinte. Caio foi muito prejudicado por uma decisão polêmica da federação pan-americana que colocou os Jogos Pan de 2023, e não o Campeonato Pan-Americano de 2024, como seletiva regional. Nos demais continentes, o evento com esse status é o continental deste ano.

Sem Caio, o Brasil bateu na trave pela vaga por equipes no Mundial. Aí, Nory passou a buscar a vaga individual. A primeira chance foi a final da barra fixa no Mundial. Só ele e um croata disputavam, mas o rival foi prata e, ele, sexto. Depois, no Pan, o brasileiro precisaria ser o melhor do individual geral, tirando norte-americanos e canadenses. Ocupou esse papel com folga na fase de classificação, mas teve um desempenho sofrível nas barras paralelas e perdeu a vaga para um dominicano.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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