Brasil faz jogo de vida ou morte por vaga olímpica no handebol
A seleção brasileira masculina de handebol faz hoje (14) o jogo que pode definir a classificação dela às Olimpíadas de Paris. Se vencer a Eslovênia, em Granollers, na Espanha, terá meio caminho andado até a França. Uma derrota, por outro lado, reduz muito as chances.
O Pré-Olímpico Mundial consiste em três quadrangulares, cada um classificando dois times a Paris. O Brasil depois pega o desfalcado Bahrein, na sexta, e a favorita Espanha, no domingo. Os jogos serão exibidos no canal de Youtube @ihfworldhandballevents, mas não está claro se haverá geoblock para o Brasil.
"Tivemos que focar a preparação bastante no primeiro jogo, como não poderia deixar de ser. A Eslovênia é uma seleção muito forte, mas acredito que podemos vencer. Eles têm o mesmo nível que a gente", diz o técnico Marcus Tatá.
Ele atendeu a coluna, por telefone, diretamente da Catalunha, ontem à noite. Até então, não havia definido os quatro últimos cortes em um grupo de 20 atletas que não teve nem uma semana para treinar. Dezesseis serão inscritos, mas outros dois ficam de reservas, para o caso de lesões.
O time base não é segredo: Rangel (goleiro), Jean Pierre, Rudolph (pontas), Bryan, Haniel, Gustavo, Thiagus (laterais, que se revezam) e Rogério. A dúvida está só na armação. João Pedro vinha sendo o central titular, mas não foi ao Centro-Sul-Americano, quando o Brasil venceu a Argentina e se sagrou campeão, e pode perder espaço. Ferrugem, herói do Pré-Olímpico de três anos atrás, começa como reserva.
Uma das novidades no grupo é Edney Silva, pivô que vem se destacando pelo Sporting na "Liga Europa" do handebol e que é um dos poucos do grupo a jogar os torneios europeus, onde a elite mundial se encontra.
Nisso, a vantagem dos eslovenos é grande. "Todos os jogadores da Eslovênia atuam em grandes clubes no mundo. Na Hungria, na Alemanha, na França. Eles têm muitos craques em muitas posições, mas é uma equipe que teve o auge no Rio. Acredito que eles têm mais rodagem, mas a gente também tem nossos diferenciais", avisa Tatá.
O treinador se empolga ao falar de Jean Pierre, ponta que foi o melhor jogador do Brasil no último Mundial, com aproveitamento de 85% nos arremessos. Nascido no Brasil, ele mudou-se ainda bem criança para a França, onde construiu carreira. Só chegou à seleção porque Gustavo foi para o time dele, o conheceu, e o indicou.
Trabalhando no "mundo árabe", inclusive com passagem pela liga do Bahrein, Tatá conhece bem o segundo adversário da seleção, que, com equipe completa, pode complicar para o Brasil. Mas seis jogadores bareinitas se envolveram em uma briga no Campeonato Asiático e estão suspensos, ao menos até agora. Um recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS) deve ser julgado a qualquer momento.
Como dois times se classificam a Paris, o Brasil carimba o passaporte se vencer os dois primeiros jogos, e a Espanha também. Se a Eslovênia ganhar ao menos um dos jogos, a rodada final, contra os donos da casa, ganha status de decisão.
A classificação no handebol masculino é importante para engrossar o caldo do Time Brasil que vai a Paris. Com o futebol masculino e o basquete feminino fora, muito dificilmente o COB vai repetir o número de atletas na delegação de Tóquio-2020. Se o handebol masculino não pegar a vaga, aí a meta fica praticamente inalcançável.
No feminino, o Brasil já se classificou ao vencer os Jogos Pan-Americanos do ano passado, torneio que os homens perderam a decisão do ouro, e da vaga olímpica, para a Argentina.
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