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ReportagemEsporte

COI aperta o cerco contra a Rússia e revela bandeira 'neutra' para Paris

O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou um pacote de decisões importantes nesta terça-feira, atingindo principalmente a Rússia. Foi divulgada a bandeira que os "atletas neutros" da Rússia e de Belarus vão defender em Paris-2024, muito mais "neutra" que de Tóquio-2020, e uma dura carta contra a 'politização' do esporte promovida por Moscou.

A entidade tem sido criticada no ocidente, especialmente por grupos sob a influência dos EUA e de seus aliados, por uma suposta complacência com a Rússia. Os atletas daquele país ficaram impedidos de competirem em quase a totalidade dos esportes olímpicos desde o ataque à Ucrânia, em 2022, mas o COI autorizou que pessoas com passaporte russo e bielo-russo compitam em Paris, como "atletas neutros".

Há três anos, em Tóquio, a Rússia estava suspensa por um escândalo de doping e seus atletas foram autorizados a competirem defendendo o 'Russian Olympic Committee" (Comitê Olímpico Russo).

Ainda que o país não fosse a "Rússia", havia uma clara identificação nacional. A bandeira criada pelo COI tinha os anéis olímpicos e uma chama nas cores da Rússia, o hino tocado no pódio era uma música de Tchaikovsky, um compositor russo, e até o uniforme remetia ao país.

Agora os atletas usarão uma bandeira onde está escrito "Individual Neutral Athlete" (atleta individual neutro) e não haverá a ideia de que eles formam uma equipe. Tanto que as medalhas conquistadas por cada um deles não contarão para nenhum agrupamento e não irão para o quadro de medalhas. Se um russo (ou bielo-russo) for campeão olímpico, ele terá direito ao ouro, mas nenhuma equipe computará o resultado. O hino também foi divulgado hoje, e é uma música neutra, criada com esse propósito.

De acordo com o COI, a expectativa que menos de 80 atletas (até 54 russos e até 28 bielo-russos) compitam sob essa bandeira, ante a uma delegação de 335 atletas russos em Tóquio e de 104 competindo por Belarus naqueles Jogos.

Agora as regras são mais rígidas, afinal. Primeiro porque esses esportistas não podem se classificar como equipe, seja ela coletiva (vôlei, futebol, basquete, etc) ou de esportes individuais (revezamentos no atletismo, provas por equipes na esgrima, ginástica, etc).

E segundo por uma exigência de que esses atletas não tenham defendido o ataque à Ucrânia. Hoje o COI anunciou que uma comissão vai avaliar caso a caso. Entre os membros dessa comissão, de três nomes, está Pau Gasol, ex-jogador de basquete da Espanha.

Mais cedo, o COI havia soltado carta contra a "politização do esporte" em uma crítica direta à Rússia, que está propondo a realização dos "Jogos da Amizade", que aparenta ser um contraponto à Olimpíada. A edição de verão será em setembro, em Moscou. Os organizadores prometem premiações altíssimas e nenhuma regra contra o doping.

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O COI afirma que Moscou tem empreendido uma ofensiva diplomática com membros do governo e embaixadores abordando autoridades de diversos países para convencê-los a participar. "É uma tentativa cínica da Rússia de politizar o esporte. O governo russo também mostra total desrespeito pelos padrões globais antidoping e pela integridade das competições", diz a nota do comitê olímpico internacional.

Reportagem

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