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Com NFL na Neo Química Arena, futebol americano sofre por campos no Brasil

A realização de uma partida da NFL no Brasil não passou pela Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA) mas é vista pela entidade como uma oportunidade de ampliar o número de praticantes no Brasil. A expectativa é de que o jogo também ajude em um gargalo histórico: a falta de campos para jogar.

"Nossa pintura tem jardas, números, dá mais trabalho deixar o palco da forma que é feito lá fora. Para fazer grandes eventos nos espaços do futebol, a gente precisa de tempo para fazer a pintura e o tempo para que ela saia antes de atrapalhar um jogo de futebol. A gente vive nessa luta, tentando espaços. Não conseguimos dar uma experiência muito bacana exatamente por conta dessa dificuldade", explica Cris Kajiwara, presidente da CBFA.

No ano passado, a final do Brasileiro aconteceu no SESC Venda Nova, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os últimos jogos da seleção masculina foram no Estádio Chapadinha, para 3 mil pessoas, em Brazlândia (DF).

A modalidade sonha com a construção de um estádio dedicado só ao futebol americano, em Guarulhos (SP), nascido de uma emenda do então deputado federal Alexandre Frota (PSDB, hoje no PDT). Contando também o investimento da prefeitura local, serão cerca de R$ 11 milhões para fazer o estádio do zero. A promessa do governo municipal é entregar a obra até o fim do ano.

"Hoje nós até temos alguns campos exclusivos pelo país, mas sem estrutura de arquibancada, só gramado. Em Guarulhos vai ser um estádio de verdade, que é uma demanda antiga da nossa modalidade", continua Cris.

Nada que chegue aos pés da Neo Química Arena, estádio do Corinthians, onde a NFL desembarca em setembro. As conversas para trazer o jogo ao Brasil não envolveram a CBFA, mas a confederação, que tem parceria com a liga no desenvolvimento do flag football, versão olímpica do futebol americano, quer alguma ação no jogo histórico.

"Vamos sugerir colocar uma exibição da seleção de flag, que vai ter voltado do Mundial na Finlândia, ou o torneio da NFL Flag; nosso campeão foi participar do torneio de flag do Pro Bowl no ano passado. Vamos tentar fazer uma coisinha em comum. Eles têm a programação e a logística deles, e a gente vai tentar utilizar dessa visibilidade", admite a presidente da CBFA.

Cris avalia que nunca se falou tanto de futebol americano no Brasil como em 2024. Normalmente, a procura por treinos nas equipes do país tem um boom durante a semana do Super Bowl, momento de maior visibilidade da modalidade, mas dessa vez esse pico se manteve.

"Vamos tentar ao máximo aproveitar essa visibilidade, contatar empresas que já apoiam a NFL para que invistam no nosso esporte. Não vou perder por nada esse jogo, por mais que saiba que um dos times é o Eagles, que vai pintar de verde a Arena, mas vai muito além. A comunidade vai estar presente aqui, já recebi contatos dos times sul-americanos, muita gente se programando para vir ao Brasil. Todo mundo nessa euforia, e vamos aproveitar ao máximo."

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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