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Vela brasileira vai muito mal em grande teste para as Olimpíadas

A vela brasileira foi muito mal no primeiro grande teste de 2024 para os Jogos Olímpicos de Paris, o Troféu Princesa Sofia, na Espanha. Mesmo as atuais bicampeãs olímpicas Martine Grael e Kahena Kunze tiveram o pior desempenho de toda a vitoriosa carreira delas.

Desde que estrearam na classe 49erFX, em 2013, quase sempre chegaram à medal race, entre as 10 primeiras, em eventos de qualquer porte. Entre as exceções, somente dois 12º lugares em Mundiais (2020 e 2023). No Princesa Sofia, elas terminaram em um modestíssimo 24º lugar.

Ao longo da carreira, elas até tiveram colocações piores, mas sempre por terem abandonado a competição no meio, caso do Europeu do ano passado, em que não competiram as sete últimas regatas. Desta vez, velejaram mal ao longo de toda a competição, sempre com resultados muito abaixo das rivais pelo ouro olímpico.

O melhor resultado do Brasil em Palma de Maiorca foi de Bruno Lobo, que até venceu duas regatas e terminou na 11ª colocação na Fórmula Kite. Médico ortopedista, ele só recentemente passou a se dedicar integralmente à vela, e vai à Olimpíada como candidato a um top10. Matheus Isaac foi 24º na IQFoil.

Nas quatro classes em que o Brasil está classificado à Olimpíada mas os atletas não atingiram o índice técnico exigido pela Confederação Brasileira de Vela (CBVela), os resultados foram bem abaixo do esperado pela entidade.

Henrique Haddad e Isabel Swan estavam em 26º após nove regatas da 470 Mista, João Siemsen e Marina Arndt ficaram em 21º na Nacra 17, Bruno Fontes foi 45º na ILCA 7 (antiga Laser) e Gabriela Kidd a 52ª na ILCA 6 (antiga Laser Radial).

A CBVela estipulou como critério que os barcos deviam ser top16 de grandes competições. O Princesa Sofia não está na lista de eventos, mas um grande desempenho ali poderia servir de argumento para rasgar o regulamento. Isto não aconteceu, porém.

Ninguém mostrou potencial de, se for a Marselha para disputar a Olimpíada, brigar por bons resultados. Mesmo assim a convocação pode vir, para ajudar a inflar o tamanho do Time Brasil.

A boa notícia foi Maria Socorro Reis, na Fórmula Kite feminina. Ela ainda busca vaga olímpica e terá a última chance em outro evento tradicional, a Copa do Mundo de Hyères, na França, que valerá como "Last Chance". Se o Pricesa Sofia tivesse sido a seletiva, ela teria ficado com a vaga. E o resultado poderia servir de argumento para sua convocação. Considerando um barco por país, como será na Olimpíada, ela foi 13ª.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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