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ReportagemEsporte

Vela deve rasgar regulamento e levar à Olimpíada até 7 atletas sem índice

A Confederação Brasileira de Vela (CBVela) deve rasgar o próprio regulamento e levar aos Jogos Olímpicos de Paris barcos que não atingiram o índice técnico que havia sido estipulado pela própria confederação. Isso ampliaria o tamanho do Time Brasil em até sete atletas.

A World Sailing já informa que o Brasil aceitou a vaga em todas as sete classes classificadas, mas a CBVela só vai comentar a situação no fim do mês.

A razão para a provável mudança de postura está na infraestrutura oferecida pelos organizadores da Olimpíada em Marselha, onde vão acontecer as provas de vela. Quanto maior o time, melhor a estrutura, que pode vir a fazer diferença para ganhar ou não uma medalha.

A política para alocação de contêineres, por exemplo, diz que todos os países classificados terão direito a um contêiner, e um segundo seria oferecido a quem classificar mais de cinco barcos, ou mais de três com a condição de dois deles sejam de dupla.

Pelo critério de índice técnico criado pela CBVela, só podem ser convocados à Olimpíada atletas que terminarem entre os 16 primeiros de determinados eventos de primeira linha, como Mundiais. Hoje, só Martine Grael/Kahena Kunze (49erFX), Bruno Lobo (Fórmula Kite) e Matheus Isaac (IQFoil) cumprem esses critérios, e só eles têm entrado na conta de classificados do COB.

Todos os eventos elegíveis já foram disputados, mas no fim deste mês acontece um torneio importante, a Semana de Vela de Troyès, na França, que vale como seletiva olímpica na Kite (Maria do Socorro é forte candidata) e onde um bom resultado de um barco brasileiro poderia justificar sua elegibilidade pelo índice técnico.

No Princesa Sofia, em Palma de Maiorca (Espanha), já foi assim, e nenhum dos quatro barcos que estão na berlinda (Nacra 17, ILCA 6, ILCA 7e 470) flertaram com um top16. Logo, uma flexibilização do regulamento parece improvável.

Só restariam duas opções: cumpri-lo ou rasgá-lo.

A favor da segunda opção está a questão estrutural. Se só tiver três barcos em Marselha, o Brasil só terá direito a dois botes de apoio. Mas a flotilha subiria para quatro botes com as sete classes já classificadas, e para cinco com oito classes. Esses botes poderiam ser usados prioritariamente para quem atingiu o índice.

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Com uma delegação maior, o Brasil também teria uma posição melhor na marina e a um número maior de credenciais, o que poderia refletir um número maior de treinadores. A conta de distribuição de credenciais é complexa, mas se time só tiver três barcos, dificilmente seus três técnicos teriam lugar.

Se o regulamento for rasgado, vão entrar no time Bruno Fontes (na ILCA 7, antiga classe Laser), Gabriela Kidd (na ILCA 6, antiga Laser Radial), um barco na 470 Mista e outro na Nacra 17. Em ambos há disputa interna e a indicação caberá à CBVela.

Na 470, Henrique Haddad e Isabel Swam ficam 14 posições à frente de Juliana Duque e Rafael Martins no Princesa Sofia. Na Nacra 17, só João Siemsen e Marina Arndt seguem em campanha olímpica, mas Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino ficaram em 17º no Mundial de 2022 e são os que mais se aproximaram do critério de elegibilidade.

Reportagem

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