Brasil lidera Mundial de Marcha e perde título por cartão amarelo
Viviane Lyra e Caio Bonfim ficaram muito perto de colocaram seus nomes na história do atletismo brasileiro, hoje (21). Eles lideraram a maior parte da primeira edição do Mundial de Revezamento de Marcha Atlética, prova que vai estrear como olímpica em Paris-2024, mas perderam o ouro por uma punição.
Na marcha, um atleta (ou, agora, uma equipe) precisa fazer um pit stop se recebe três cartões amarelos. O Brasil liderava quando esse terceiro amarelo veio para Viviane, depois de mais de 40 dos 42 quilômetros. Ela voltou em sétimo, mas ainda conseguiu terminar em quinto.
Independente do resultado de hoje, Erica e Caio, que já eram cotados para uma medalha na França, passam agora a ser forte favoritos, uma vez que dividiram a prova em Antalya (Turquia) durante quase todo seu percurso, primeiro com a China, depois com o Japão.
O revezamento é uma prova de 42 quilômetros em que um homem percorre metade do pecurso e, uma mulher, a outra metade. Cada um faz, assim, 21km, muito perto da distância olímpica, que é de 20km. Como não há variação significativo de tempo na passagem de um para outro (isso é feito passando uma pulseira), o potencial de uma equipe é medido pela soma do tempo dele e dela.
Nesse contexto, Japão e China eram os grandes favoritos, com o Brasil logo atrás. Na primeira perna da prova, Caio se manteve no primeiro pelotão, junto com diversos países. Quando Viviane assumiu, ela disparou junto da equipe 1 da China (cada país tinha direito a três duplas).
Vivi passou a pulseira em primeiro para Caio, que logo perdeu a liderança para japonês Koki Ikeda, medalhista olímpico e líder do ranking mundial. Mas Viviane, na última perna, chegou na japonesa e logo a deixou para trás, abrindo vantagem na ponta contra Kumiko Okada.
Grande estrela da conquista, Viviane Lyra só surgiu no cenário da marcha atlética aos 22 anos. Até a pandemia, vendia pastel na feira para pagar o curso de nutrição. Só nos últimos dois anos ela começou a apresentar resultados relevantes no cenário internacional, alcançando o índice olímpico na temporada passada.
Mas, até aqui, ela nunca havia brigado por coisas grandes. E hoje foi muito além: levou o Brasil até perto de um título mundial junto de Caio Bonfim, que já tinha dois bronzes na prova individual em Mundiais de Atletismo, em 2017 e no ano passado.
No fim, o Brasil fez 2h59min55s. A Itália ganhou com 2h56min45s, seguida do Japão (2h57s04) e da Espanha (2h57s47). Viviane estava à frente do Japão, em primeiro, ao ser punida.
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